Segundo moradores e testemunhas, os cinco indivíduos que assaltaram a agência do BCI, localizada no Morro Bento II, fecharam uma parte da rua e chegaram, inclusivamente, a varrer a estrada. Estima-se que aproximadamente 17 milhões de Kwanzas foram extraídos do cofre. Os dois cidadãos baleados ainda se encontram hospitalizados.
Na passada quarta-feira (01.09), cinco indivíduos armados executaram um assalto ao Banco de Comércio e Indústria (BCI), localizado na conhecida rua do Kikagil, no Morro Bento II, fazendo dois feridos e uma levou um tiro na cabeça.
As vítimas, que inicialmente foram socorridas na Clínica Multiperfil, encontram-se a receber cuidados médicos no Hospital Militar de Luanda, a pedido das famílias. Até ao momento, é desconhecido o motivo que levou os assaltantes a disparar contra aqueles cidadãos.
Houve várias versões, mas uma senhora identificada como Laurinda, que estava na agência no momento em que aconteceu o assalto, falou ao portal de notícias OPAÍS, que a senhora que levou um tiro da cabeça foi porque estava ao telefone quando os assaltantes entraram, “foi tudo muito rápido e eles fizerem muitos tiros para intimidar o pessoal. O banco estava cheio, só nos assustamos com três moços vestidos de varredores de rua, e com as máscaras que tapam a boca e o nariz, entraram e começaram a fazer tiros. Levaram muitos sacos de dinheiro”, conta.
Além do dinheiro roubado no banco, os meliantes levaram, segundo a nossa entrevistada, as carteiras, bolsas e telefones de alguns clientes. Em momento algum desconfiavam que os jovens que varriam a zona próxima ao banco eram assaltantes, Laurinda disse ainda nunca ter visto coisa do género, senão “nos filmes, pois a rapidez com que agiram facilitou a sua fuga de carro. Pensamos que iam matar todo mundo”.
Outro aspecto também que facilitou a fuga, é o facto de terem fechado parcialmente a rua, já que existe muito transito na rua do Kikagil, eles usaram um cancela de lancil de plástico (cor laranja e branco) e cones, os automobilistas eram obrigados a desviar pelo bairro.
Moradores ouvidos pelo OPAÍS que passaram pela zona uma hora antes de o banco ser assaltado confirmaram que a rua estava parcialmente impedida e que não desconfiavam de nada porque a zona regista muitos amontoados de lixo. Por isso, pensaram que a empresa responsável pela colecta naquela zona decidira resolver o problema.
“Estavam os jovens a varrer a rua, como normalmente têm feito no período da manhã, devidamente equipados. Realmente vimos uma parte da rua fechada, mas achamos normal porque tem muito lixo na zona da Pracinha e na entrada da Creche. É estranho como é que agora o banco é assaltado”, contou um senhor que vive próximo à instituição bancária que, por medo, preferiu não se identificar.
Aquele cidadão disse ainda que depois dos tiros feitos fora do banco pelos assaltantes que “estavam na retranca”, um polícia que segura a casa de uma “alta patente” residente na proximidade do banco interveio para tentar deter os meliantes. Infelizmente, a acção corajosa daquele agente não os privou de esvaziar o cofre do BCI e saírem ilesos nas duas viaturas que se fizeram transportar.
Fonte: O País