A vitória da austríaca Conchita Wurst, alter-ego do estilista Tom Neuwirth, de 26 anos, no Festival Eurovision, tem causado muita polêmica desde sábado (10), quando diversas redes de televisão transmitiram a final do concurso de música por toda a Europa.
Durante as eliminatórias, Conchita, famosa não só por seu talento, mas também por adotar um visual que contrasta vestidos de gala e maquiagem com uma barba, recebeu apoio de anônimos e famosos, como a chef britânica Nigella Lawson. Agora, a drag queen, dona do troféu, é vítima de campanha preconceituosa realizada nas redes sociais.
Para mostrar a indignação com a escolha da campeã, homens russos estão postando fotos em que aparecem raspando a barba. O radialista Andrei Malakhov foi um dos primeiros a aderir e, em um post em sua conta no Twitter, disse estar “chocado” com o resultado.
Outros afirmam que “após o concurso, usar barba não representa mais masculinidade” e, por isso, jamais voltarão a deixar os pelos no rosto.
Outras pessoas públicas na Rússia também não escondem seu descontentamento na vitória de Conchita: “Nossa indignação não tem limites. É o fim da Europa. Ela enlouqueceu? Eles não têm mais homens e mulheres, mas um “isto”, no lugar”, declarou o nacionalista Vladimir Jirinovski à uma emissora pública de televisão.”Há 50 anos o exército soviético ocupou a Áustria. Liberar o país foi um erro. Deveríamos ter ficado”, afirmou o presidente do Partido liberal-democrático, conhecido por suas declarações polêmicas. O cantor de rap Timati escreveu em sua conta no Instagram que a vitória do travesti era a “doença mental da sociedade contemporânea”.
O Festival Eurovision é o principal concurso de música da Europa e acontece desde 1956 em diferentes cidades europeias. Todos os anos, cada um dos países participantes lança seu candidato à disputa, que envolve não apenas música, mas também boa dose de patriotismo.
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