As autoridades de saúde angolanas detectaram recentemente quatro casos de covid-19 no voo de repatriamento proveniente da África do Sul, mas para já não houve nenhum caso confirmado da nova variante Omicron.
As informações foram avançadas ontem pelo coordenador da comissão multissetorial de prevenção e combate à covid-19, Francisco Furtado, após uma reunião do Ministério da Saúde (MINSA), em Luanda.
“Temos de dar graças a Deus, ainda não há nenhum caso confirmado. Houve, sim, no voo de repatriamento que se realizou na quarta-feira de Joanesburgo quatro casos positivos testados aqui no aeroporto, mas nenhum deles afetados pela Ómicron”, afirmou Furtado.
O também ministro de Estado e chefe da Casa de Segurança do Presidente da República revelou ainda que vão ser feitos mais voos de repatriamento, prevendo um alívio do ponto de vista da circulação devido ao grande número de angolanos que se encontram na Cidade do Cabo e em Joanesburgo (África do Sul) e na Namíbia, países com os quais a transportadora aérea nacional TAAG suspendeu temporariamente as ligações, tal como com Moçambique.
O ministro afirmou que há abertura do Governo “para não fechar totalmente a rota aérea destes países”, com os quais a TAAG deverá manter pelo menos um voo semanal.
Sobre o clamor internacional que tem surgido a propósito da suspensão de voos, o ministro disse que Angola não fechou as fronteiras, “fez restrições”, seguindo o exemplo de outros países.
“Angola sofreu logo uma pressão da Europa de que fecharia a nossa circulação para o resto da Europa e teve de tomar uma medida de precaução para avaliar a situação”, apontou.
Decorrida uma semana, a avaliação indica que não existe “riscos grandes de contágio”, disse Furtado, acrescentando que até agora não há motivo para alarmismo, o que pode levar a um alívio nas restrições face aos países vizinhos porque não justifica manter encerrado o tráfego aéreo com países da mesma região.
Nos últimos dias, vários países africanos condenaram a suspensão de voos devido à Omicron, associando as restrições a “afrofobia”, críticas que foram reforçadas pelo secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, que se mostrou contra o “apartheid” das viagens e o isolamento do continente africano.
O Presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa acusou esta semana os países africanos de agirem como os ex-colonizadores ao imporem medidas restritivas sem base científica contra a África do Sul após a descoberta no país da variante Ómicron do coronavírus que causa a covid-19.
“Nos próximos dias, poderemos ter um alívio não só no capítulo dos voos humanitários, como também de manter a estabilidade que tínhamos no trafego aéreo com estes países”, salientou Francisco Furtado.
O ministro disse ainda que Angola tem feito uma campanha intensa de vacinação e está entre os cinco países de África que mais vacinam, salientando a importância da imunização para o controle da pandemia.
Angola anunciou, na semana passada, a suspensão temporária de ligações com sete países africanos, África do Sul, Botsuana, Essuatíni, Maláui, Moçambique, Namíbia e Zimbabué a partir de 01 de dezembro, o que levou a TAAG a suspender no domingo, os seus voos regulares para Moçambique, Namíbia e África do Sul.
Fonte: Lusa