Angola deixa de liderar vendas de crude aos Estados Unidos na África subsaariana


A Nigéria voltou a ser o principal fornecedor de petróleo da África subsaariana aos Estados Unidos, ultrapassando Angola, que liderou o abastecimento nos últimos meses, segundo dados do departamento de energia norte-americano, compilados hoje pela Lusa.

petrobras

A Nigéria exportou 274 mil barris de produtos petrolíferos (essencialmente crude) para os Estados Unidos da América durante o mês de fevereiro, enquanto Angola não ultrapassou os 133 mil barris diários, menos de dez por cento da produção angolana.

Apesar de ser o principal produtor de petróleo na África subsaariana, este registo da Nigéria nas vendas aos Estados Unidos poderá ser temporário, tendo em conta que várias produtoras petrolíferas reportaram desde o final de abril problemas em oleodutos na Nigéria e uma produção de crude mais baixa em 20 anos, devido a dificuldades operacionais.

Nos cinco meses anteriores, ainda segundo os dados departamento de energia norte-americano, Angola liderou sempre como principal fornecedor de petróleo dos Estados Unidos na região, tendo atingido o pico em novembro de 2015, com 231 mil barris por dia.

Em janeiro, Angola exportou para o mercado norte-americano 166 mil barris diários de crude. Naquele mês, a cotação média do barril angolano vendido ao exterior atingiu os 35,154 dólares (31 euros), segundo dados do Ministério das Finanças de Angola.

Desde meados de 2014 que Angola vive uma forte crise financeira, económica e cambial, decorrente da quebra das receitas da exportação de petróleo.

Angola exportou mais de cinco mil milhões de dólares de petróleo nos primeiros três meses de 2016, menos 30% face à previsão do Orçamento Geral do Estado (OGE), afetando fortemente as receitas fiscais.

De acordo com dados do Ministério das Finanças noticiados no final de abril pela agência Lusa, Angola exportou nos três primeiros meses do ano 160.115.293 milhões de barris de crude, a um preço médio de 31,66 dólares, o que terá representado uma faturação global de 5.069 milhões de dólares (4,4 mil milhões de euros).

Contudo, no OGE de 2016, o Governo angolano estimava a exportação de petróleo ao preço médio de 45 dólares por barril, o que representaria uma faturação global em três meses – com a produção em linha com o esperado – superior a 7.200 milhões de dólares (6,3 mil milhões de euros).

A exportação de petróleo entre janeiro e março de 2016 representou assim receitas fiscais para o Estado angolano no valor de 260.499 milhões de kwanzas (1,38 mil milhões de euros), uma quebra de quase 25% face período homólogo.

É que nos três primeiros meses de 2015 essas mesmas receitas fiscais ascenderam a 344.172 milhões de kwanzas (1,83 mil milhões de euros), com a exportação de 157.252.976 barris de crude.

AR/Lusa


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