Angola liberaliza compra e venda de divisas ao exterior


O Banco Nacional de Angola (BNA) autorizou os bancos que operam no país a voltar a importar, exportar e reexportar divisas, sem autorização prévia, medida entendida como uma forma de travar a desvalorização do kwanza no mercado informal.

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A informação consta de um aviso do banco central angolano, ao qual a Lusa teve acesso esta segunda-feira, e faz retornar estas operações à forma como se processavam há precisamente um ano, quando passaram a estar sujeitas a licenciamento. “As instituições bancárias estão autorizadas, no âmbito do seu objecto social, a importar, exportar e reexportar moeda estrangeira, bem como cheques de viagem, sem autorização prévia do BNA”, lê-se no aviso, que entrou em vigor a 29 de Janeiro e que o banco central justifica com a “necessidade de se reajustar a regulamentação” sobre estas operações.

A aplicação desta medida surge numa altura em que a moeda nacional, o kwanza, segue em forte desvalorização cambial, com o dólar norte-americano a registar fortes subidas no mercado informal. Em causa está a quebra das receitas petrolíferas em Angola, devido à descida da cotação internacional do barril de crude e por consequência da entrada de divisas no país. A situação já levou os bancos comerciais a restringirem os levantamentos de dólares ao balcão, com efeitos ainda no envio de remessas para o exterior e no pagamento de faturas internacionais pelas empresas angolanas.

A situação fez disparar a compra de divisas no mercado de rua, que chega a ser de um dólar para 150 kwanzas. Já a taxa de câmbio oficial, definida pelo BNA, ronda os 105 kwanzas por cada dólar, quando em novembro não ultrapassava os 100 kwanzas. O aumento da facilidade dos bancos no acesso as operações com dólares é visto como uma forma de travar a disparidade entre a moeda norte-americana e o kwanza. As limitações introduzidas em Janeiro de 2014 visavam nomeadamente travar o branqueamento de capitais, através de Angola.

(LUSA)


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