Angola cai oito lugares no ranking da Transparência Internacional


Numa tabela de 174 países sobre o Índice de Percepção da Corrupção, Angola ocupa agora o 161.º lugar, depois de, no ano passado, ter ficado na 153.ª posição. O último lugar é ocupado por um país da África subsariana, a Somália. E nenhum país desta região está bem colocado na tabela.

Transparência Internacional

Angola desceu oito lugares no ranking do Índice de Percepção de Corrupção (IPC) 2014, situação agravada com a redução do universo de países analisados (174) relativamente ao ano anterior (175). O País está agora em 161.º lugar, com uma pontuação de 19 em 100, quando em 2013 surgiu no lugar 153 e com uma pontuação de 23 em 100.

Nos últimos dez anos, as melhores posições do País nesta tabela verificaram-se em 2006 e 2007, altura em que Angola figurou, respectivamente, nos lugares 142.º e 147.º Refira-se que esta tabela anual, da responsabilidade de uma organização não-governamental (ONG) sedeada em Berlim, designada Transparência Internacional (TI), surge com base em 114.000 inquéritos em 107 países, dados que são cruzados com a exposição mediática dos escândalos de corrupção.

No contexto dos países da África subsariana, Angola tem a mesma pontuação que a Guiné- Bissau. Face ao universo total de países analisados, tem também a mesma pontuação que o Haiti ou a Venezuela. A Somália (com 8 pontos) está no último lugar e o Botsuana (com 31) surge como o país mais bem colocado na região subsariana.

Existe uma “corrupção endémica” nos países desta região, refere o documento da TI, considerando que, relativamente ao ano anterior, não se verificaram grandes alterações, continuando todos os países desta zona do mundo com uma pontuação abaixo dos 50 pontos. No documento, destaca-se ainda o facto de se tratar de uma região com uma elevada taxa de crescimento económico, face a outras.

A TI alerta que “a persistência da corrupção generalizada é um dos factores que inibem a transformação do crescimento económico em dividendos de desenvolvimento para todos os cidadãos”.

Ao mesmo tempo alerta para os “fluxos financeiros ilícitos provenientes de África”, dando conta de que a Comissão Económica das Nações Unidas para África “estima que o fluxo anual de financiamento ilícito, através do comércio e da incorrecta formação dos preços, cresceu a uma taxa real de 32,5% na década entre 2000 e 2009”.

Mas também refere que “há uma consciência crescente da importância da transparência, participação e prestação de contas para os ganhos de desenvolvimento sustentável”.

Nesta lista (ver infografia na página ao lado), verifica-se que, à semelhança de Angola e da região subsariana, também a Rússia, Brasil, Índia e China, apesar de líderes no crescimento económico, figuram abaixo do patamar dos 50 pontos. Portugal é 31.º, com 63 pontos, e é criticado por se tratar de um dos países da OCDE que “pouco ou nada” aplicam as recomendações desta entidade sobre corrupção internacional.

Este reparo mereceu uma reacção do Ministério da Justiça, que acusa, em comunicado, a TI de “basear os seus relatórios na percepção da corrupção colhida junto de alguns cidadãos”, não utilizando “elementos solicitados às fontes oficiais”.

Por:Expansão


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