Agora indexado ao Euro, Kwanza sofre depreciação de 16%, 1 Euro vale 221 Akz


O kwanza fechou ontem, terça-feira com uma depreciação total de 16% face ao euro, passando a moeda europeia a ser a referência para o mercado de câmbios de Angola, no âmbito do novo regime flutuante cambial em vigor.

De acordo com a informação final do leilão de divisas realizado pelo BNA, um leilão de venda de divisas, num  montante de 83,6 milhões de euros em divisas, dando início ao processo de formação da taxa de câmbio, dentro do regime de câmbio flutuante com bandas, com a participação das Instituições Financeiras Bancárias, tendo sido apurada uma taxa média ponderada de venda de 221,26 kwanzas por cada euro, depreciando praticamente 16%

Na manhã desta quarta-feira (10), e já com os efeitos da indexação do kwanza ao euro, a cotação oficial apurada pelo BNA para comprar um dólar norte-americano ficou-se nos 185,5 kwanzas, o que por sua vez representa uma depreciação de mais de 10% para a cotação oficial de segunda-feira.

No sentido contrário, o euro valorizou 19% e o dólar norte-americano quase 12%, face ao kwanza.

O Banco Nacional de Angola informou ainda que no dia 08.01.2018, procedeu ao ajuste da sua tabela de câmbios de referência, de modo a que esta tenha como base a cotação Kwanza/EURO, sendo as outras cotações apuradas em função da taxa de câmbio do EURO/outras moedas, conforme publicado pela Reuters.

Trata-se da primeira desvalorização real da moeda angolana em quase dois anos e que resultou do novo regime flutuante cambial em vigor, aplicado quando as Reservas Internacionais Líquidas do país estão em mínimos históricos, de 15.000 milhões de dólares, devido à crise da cotação do petróleo.

O leilão realizado hoje pelo BNA permitiu alocar grande parte das divisas vendidas aos bancos comerciais para a aquisição de matéria-prima, peças e equipamentos fabril (50%), ainda para pagamento de seguros, telecomunicações, transportes aéreos (20%), para os setores da agricultura, agropecuária, pescas e mar (17%), compra de artigos de higiene, limpeza, material escolar e de escritório (10%) e para vestuário, calçado, artigos e utensílios domésticos (3%).

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