O comandante do avião moçambicano que se despenhou na Namíbia no final de novembro precipitou “intencionalmente” o aparelho contra o solo, provocando 33 mortos, revelou o inquérito preliminar divulgado no passado sábado, (22).
Trinta e três pessoas morreram na queda de um avião da LAM no final de novembro, na Namíbia, com o inquérito preliminar a concluir que o acidente ocorreu devido a uma decisão intencional do comandante.
As caixas negras do avião comprovam que o comandante Hermínio dos Santos Fernandes tinha a “intenção clara” de fazer despenhar o avião que pilotava, indicou em conferência de imprensa João de Abreu, presidente do Instituto moçambicano da aviação civil (IACM).
As investigações preliminares à queda do Embraer da companhia de bandeira moçambicana LAM, em dia 29 de novembro, já tinham descartado a possibilidade de falhas mecânicas terem originado o desastre.
Na ocasião, João de Abreu, assegurou que os elementos retirados das caixas negras e do local do acidente, na Namíbia, revelaram a inexistência de falhas mecânicas no aparelho.
Piloto trancou-se no cockpit antes de queda de avião
O comandante fechou-se no cockpit momentos antes de precipitar a aeronave contra o chão.
Os dados foram revelados pelo chefe do Instituto Moçambicano de Aviação Civil, João Abreu, em conferência de imprensa: “É possível ouvir sinais de alarme de intensidades diversas, pancadas contra a porta do cockpit e pedidos para poder entrar lá dentro.”
As informações foram recolhidas após análise às caixas negras do avião. Foi essa análise que permitiu concluir que o comandante tinha a intenção de fazer cair o avião do voo TM 470.
“As razões para esse ato são desconhecidas e as investigações vão continuar”, assegurou João Abreu, que explicou que o comandante ignorou todos os sinais de alarme, fechou-se no cockpit após o copiloto se ter ausentado e não o voltou a deixar a entrar.
O acidente ocorreu na floresta da zona fronteiriça entre a Namíbia e o Botsuana, matando todas as 33 pessoas que nele viajavam – 27 passageiros e seis tripulantes. Entre as vítimas do acidente, havia nove angolanos, entre eles o músico Action Nigga.