Segundo o jornal “O País” cerca de 1134 quilates de diamantes, avaliados em mais de 100 milhões de dólares, desapareceram de um depósito da empresa ATS, que pertence ao grupo ESCOM MINING. As pedras em causa, produto de uma prospecção efectuada no projecto diamantífero do Tchegi, estavam depositados num cofre fechado a quatro chaves, que só podiam ser abertas depois da utilização das suas quatro chaves, que presume-se estar distribuídas a igual número de pessoas.
Uma comissão que integrava responsáveis da Endiama, entre os quais André Pukuta, José da Silva Gaspar, Alberto Manuel João José, assim como o coordenador dos campos de Itengo e Saurimo, Dulcídeo Gourguel António, ainda terão visto o produto dias antes, durante uma visita que efectuaram ao local. Alguns responsáveis da própria ATS, uma empresa cuja titularidade é atribuída ao empresário luso-angolano Helder Bataglia, também estavam no referido grupo: Humberto Costa, Neto Viato, Tiago Sorte. Consta que os meliantes cortaram o cofre com um maçarico e atingiram o local onde estavam os diamantes. “Até ao momento não se disse nada sobre o assalto, mas o que sabemos, é que o Serviço de Investigação Criminal na Lunda-Sul está a fazer o seu trabalho no sentido de apurar o que se passou verdadeiramente”, relatou um funcionário da instituição.
No dia 11 de Maio, quando se deu o alerta, oficiais da Polícia trabalharam no local até perto das 22 horas. Segundo uma outra fonte, em Luanda, a central de escolha da ATS, onde se acredita que guardasse produções de outros projectos, situa-se a escassos metros de uma unidade militar. Um responsável da Geologia e Minas também acompanhou as diligências policiais. Acredita-se que a produção roubada esteja orçada em cerca de 900 mil dólares norte-americanos, aliás uma cifra já rejeitada por uma outra entidade ligada à Endiama.
Esta calcula que o lote custe apenas o equivalente a 200 ou 300 mil dólares norte- americanos. A fonte da diamantífera estatal, que confirmou a ocorrência do roubo, descreve o caso como ‘sendo de Polícia’, tendo apenas assegurado que elementos afectos ao Corpo de Segurança de Diamantes, já estiveram no local a averiguar o que se passou, de facto, em Maio último. ‘A Endiama não tem nada a ver com o caso porque o roubo dos diamantes aconteceu na ATS.
Nem sequer era produção da mina do Tchegi”, explicou. ‘A ATS é que tinha sido chamada para gerir e estava a fazer a prospecção. Por isso, considero que é um assunto ATS/Polícia”, acrescentou. Contactado por este jornal, o comandante provincial da Polícia na Lunda Norte, comissário Abel Baptista, disse não possuir ‘qualquer pormenor sobre a matéria’.
Fonte: o País