Muitos são os fármacos criados para um objectivo específico e usados para outro por conta dos seus efeitos colaterais, o “Cytotec” faz parte deste grupo de medicamentos. De acordo o especialista Honolfo Simões, tem sido usado para provocar aborto mas suas consequências podem ser destrutivas podendo levar à morte.
Criado nos anos 1980 para o tratamento da Úlcera estomacal e outras desordens estomacais, “Cytotec” é o nome comercial de Misoprostol, produto sintético, metil análogo da prostaglandina. Por provocar contração uterina, muitas vezes resultando em abortamento, passou a ser utilizado indiscriminadamente com essa finalidade, por conta disso seu uso foi restringido para uso hospitalar.
Em conversa com o AngoRussia, o Dr. Interno de Cardiocirurgia Honolfo Simões, alertou que o Cytotec é reservado para unidades hospitalares com principal objectivo de amolecimento cervical e indução do trabalho de parto.
Segundo o especialista, o uso do Cytotec por um quadro não especializado pode conduzir a complicações como:
• Morte Materna
• Arritmia cardíaca
• Ruptura Uterina
• Hemorragia que pode conduzir a morte
• Parada cardíaca (caso o bebé sobreviva, o mesmo pode nascer com lesões cerebrais e outras complicações).
O misoprostol é a versão sintética da prostaglandina, usado no tratamento e prevenção de dor no estômago, para induzir o parto, para parar sangrado uterino pós-parto e como abortivo em casos específicos. Também é usado na medicina veterinária para proteção estomacal de animais.
Recorde-se que em Janeiro de 2019, a Assembleia Nacional angolana aprovou, em definitivo, o novo Código Penal, que mantém a criminalização do aborto, embora com algumas excepções.
Após a entrada em vigor da legislação, a interrupção da gravidez é consentida em caso de perigo de morte ou de lesão grave para a mãe, nos caso do feto ser inviáve e de violação sexual ou quando o bebé possa vir a sofrer de doença grave ou malformação incuráveis.
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