Provavelmente, no convívio do dia-a-dia, tenha conhecido pessoas que tenham vontade incontrolável de comer coisas que não são comestíveis, como tijolo, sabão, esponja, areia, entre outras, que cientificamente está associada a “Síndrome de Pica”, tecnicamente conhecida por “Alotriofagia”, que diz respeito a deficiência nutricional, questões psiquiátricas ou com a gestação.
O transtorno, faz os pacientes desejarem as mais diferentes coisas, pouco usuais, como papel, cinza de cigarro, algodão, barro, fezes, unha, cola, prego, etc.
De acordo a nutricionista brasileira e pesquisadora de longevidade saudável, Adriana Bacelo, a síndrome de pica leva esse nome por fazer referência ao pássaro ‘pega-rabuda’ (também chamado de pica-pica), que “se alimenta sem muita distinção” e come tudo que vê pela frente.
O médico psiquiatra Saulo Ciasca, coordenador da pós-graduação em psiquiatria da Sanar, no Brasil, comenta que a doença se caracteriza por “uma vontade muito irresistível, de comer coisas que não são comestíveis, que a pessoa sabe que não deveria comer”. Entre os relatos que o médico tratou em consultório, estão desejos por lata, tinta de parede, madeira, cola, cabelo, sabão, fezes, gelo e casca de ovo.
Tanto Adriana quanto Ciasca ressaltaram em entrevista ao “G1” que o facto de a pessoa provar algo incomum ou comer pontualmente não configura que esta sofra de alotriofagia. O diagnóstico só pode ser considerado se houver “um desejo compulsivo de objectos” e que aconteça por mais de 30 dias. Além disso, Ciasca afirma que o paciente sente desejo por algo específico, “não é que ele vai querer comer tudo, ele sente vontade de uma coisa, mesmo sabendo que não deve comer aquilo”.