Rosa Mária Andrade Soares, profissionalmente conhecida por “Rosa Soares”, é uma jovem escritora angolana que tem feito muito sucesso nas redes sociais com os seus textos e vídeos. Em entrevista ao AngoRussia, falou sobre os seus livros e também sobre a nova fase da sua carreira.
Rosa começou por dizer teve imenso prazer em escrever todos os seus livros mas que se tivesse que destacar algum, seria o primeiro, já que o seu processo de criação não envolveu medo, bloqueios e nem a típica pressão dos leitores.
“Gostei de escrever todos os livros, e tive muito prazer em escrever todos eles, mas se tivesse de escolher um, diria que foi o meu primeiro livro porque foi a minha primeira aventura nesse mundo da literatura em formato de livro, comecei por escrever no meu blogue, e lá escrevia textos curtos, então foi a minha primeira experiência a escrever um livro, foi prazeroso porque não tive nenhum bloqueio, nenhum medo sobre o que as pessoas poderiam achar, foi o mais prazeroso por causa disso, porque não havia pressão de leitores”, começou por dizer.
No desenrolar da conversa, Rosa Soares fez questão de revelar que a sua inspiração para fazer os vídeos e escrever os textos está em tudo, já que para um escritor tudo parece ser inspirador, até as coisas mais insignificantes, todas as historias que ouve, a leitura de um livro, o contacto com um programa de televisão, e tudo ao redor. A escritora diz sentir-se inspirada com a complexidade do ser humano, com a sua capacidade de sentir emoções e de se relacionar com o outro.
A conversa se estendeu com Rosa a dizer: “ Quando comecei a escrever e a gravar os meus vídeos, não tinha noção que os meus conteúdos estavam a ajudar assim tanta gente, e isso tem sido o mais prazeroso nesse processo, nessa carreira literária, perceber que a medida que escrevo algo que acaba por ser para mim, porque tenho a escrita como um processo terapêutico, acabo por ajudar também outras pessoas e isso é o que mais me motiva a continuar, saber que por causa das coisas que escrevo algumas pessoas saem até mesmo de depressões, conseguem motivação para investirem nos seus objectivos e realizarem os seus sonhos. Isso para mim é algo que não tem preço”, frisou.
A escritora contou ainda que todos os seus conteúdos são fictícios, desde os textos, vídeos, até os livros e que o facto de normalmente inspirar-se em histórias que ouve, lê e algumas que inventa, faz com que o resultado final tenha uma mistura de factos reais e fictícios, e que raramente produz artigos sobre a sua própria experiência, por ser uma que prefere manter a sua vida privada.
Ao fim da entrevista regada de aprendizado, a autor de “Flores Não São Para os Mortos”, teceu conselhos ao jovens escritores apelando para que não desistam da literatura, ao dizer: “Tem uma frase de uma escritora que gosto muito que é a Virgínia Woolf e ela diz que, ‘escrever é o verdadeiro prazer, ser lido é consequência’, então quando escrevemos com alma, escrevemos as nossas verdades, sobre aquilo que nos inquieta, sobre o que está aqui dentro e precisamos tirar para fora, de alguma forma acabamos por ser lidos. Quando comecei a escrever não tinha noção que tantas pessoas iriam ser ajudadas com as minhas palavras e simplesmente escrevi de coração, deixei apenas que isso viesse de dentro para fora e hoje pessoas leem o meu trabalho porque isso é realmente um processo, não vamos ter leitores da noite para o dia, precisamos passar por um processo, o mais importante é continuarmos a escrever, não desistirmos, praticarmos, lermos muito para que possamos escrever cada vez melhor, e os leitores serão uma mera consequência, consequência deliciosa, mas é uma consequência, então mais cedo ou mais tarde virão”
Por: Palmira Camilo