O conceituado rapper angolano, Big Nelo mais carinhosamente chamado pelos fãs de “Lenda”, foi o homenageado da 3ª edição do projecto retratos, neste final de semana, no Royal Plaza Hotel. A peça é de autoria de Silva Canganjo e tem como objectivo homenagear os artistas através de musicais teatrais pelo contributo prestado a cultura nacional.
Durante duas noites consecutivas, nos dias 17 e 18 de Junho, os alunos do Complexo Escolar das Artes (CEARTE), levaram ao conhecimento do público a vida e carreira de Big Nelo. Em entrevista ao AngoRussia, o artista mostrou-se muito satisfeito com a homenagem e principalmente com a entrega dos actores que retrataram a sua história.
“Senti-me muito honrado por ser homenageado, poder ver um bocado da minha história, claro que deram um certo sumo a maneira deles, mas deu para sentir um grande trabalho que foi feito por todos estes actores, a entrega, então é mesmo agradecer a Deus por todos esses momentos, há muitos artistas que já não fazem parte do mundo dos vivos que não tiveram momentos como estes, já fui homenageado outras vezes, mas nunca num musical como este” declarou o músico.
Ornela Nbembua teve o privilégio de ver a história de Big Nelo além dos palcos e das mídias pela primeira vez e destacou que foi muito proveitoso e faz gosto que o projecto continue.
“Foi realmente muito proveitoso, eu não tinha noção da história em si, muitas musicas apresentadas lá são por mim conhecidas, então gostei realmente, espero que continue essas sessões de retratos. Nós só conseguimos ver a parte frontal deles, aquilo que eles mostram para o público, e quando há eventos do género nós conseguimos ver quem eles são, não num todo, mas os seus ideais, suas origens e podemos tirar um pouco do que eles fazem, por exemplo eu não sabia que o projecto criança futuro tinhas as mãos de Big Nelo”, realçou.
Por sua vez um dos actores que interpretou a “Lenda”, frisou as dificuldades de estar na pele de Big Nelo por uns instantes e manifestou ter gostado muito da experiência.
“Não foi fácil ter que pegá-lo assim do dia para noite, o esforço para ter que pegar as músicas, ter que adaptar-se a dança, porque Big Nelo quando voltou da Alemanha era bailarino e eu não danço, tentamos chegar mais ou menos ao Big Nelo e vejo que o pessoal gostou e isso é o que mais importa, levar boa coisa ao público”, disse o jovem artista.
Após ter escolhido Kizua Gourgel e Eduardo Paim, para a 1ª e 2ª edição do projecto retratos, Silva Canganjo, salientou que para 3ª edição escolheu a “Lenda” porque merece, e pelo facto de Big Nelo ter uma história invejável e uma carreira incontornável. O autor da peça também contou que a ideia do projecto surgiu quando foi ver um concerto de Kizua Gourgel, que durante a apresentação explicava por que tocava aquelas músicas, foi então quando surgiu uma curiosidade da história por trás do artista.
“Entrei em contacto com o Kizua Gourgel e disse-lhe que queria contar a história dele, cantar teatro, eu estava com 17 anos, e aos 18 anos decide fazer com Eduardo Paim, os dois choraram e disseram que é o maior prémio. Então para essa edição decidimos fazer com o Big Nelo, todo mundo disse que era impossível, dois anos e seis meses atrás, Big Nelo bloqueou o meu número o que é normal, mas assim fizemos. O nosso maior objectivo é trazer o desconhecido e conhecido sobre a vida dos artistas e temos que fazê-lo enquanto estão vivos”
Trinta e cinco pessoas fizeram parte do elenco, desta produção artística, nomeadamente actores, músicos e bailarinos. Silva revelou ainda que a próxima homenagem está prevista para breve, e será à um artista angolano residente em Portugal.