Numa parceria entre o Camões (Centro Cultural Português) e Mayamba Editora, o escritor e professor angolano Paulino Soma, levou na noite de quinta-feira (02), aos “apaixonados”, a sua mais recente obra literária “Viver e Morrer em Angola”, na Avenida de Portugal nº 50, em Luanda.
Em uma previa introdução o escritor e jornalista Luís Fernando, levou aos amantes da leitura um pouco daquilo que se relatou em “Viver e Morrer em Angola”, de Paulino Soma.
“O mundo que atravessa o teu belo romance é um mundo de guerra (mbuanga), com o seu cortejo de horrores: raptos, insegurança, medos, fome e morte. Mas, julgo eu, a mensagem que subjaz à tua obra literária, como um cacimbo que penetra subtilmente até aos ossos, é a do amor, da esperança de melhores dias para esta tua gente do país que tanto amas, Angola. Julgo ser o primeiro romance angolano que aborda, de modo frontal, desapaixonadamente imparcial, corajoso e, diria mesmo, patriótico, o tema-tabu das recentes guerras angolanas, que, quer queiramos quer não, farão parte da rica história da tua querida Pátria”, contou o jornalista Luís Fernando.
O escritor natural, município de Caconda, província da Huila, Paulino Soma, teve a brilhante ideia de levar aos casais apaixonados a sua nova obra” Viver e Morrer em Angola”, o provérbio popular Ovimbundu ‘Se queres a paz, não te esqueças da guerra’. Mergulhando num cenário brusco de sangue que varreu o país, no pós-independência.
Partindo da realidade de uma pequena família da sua cidade natal ‘Caconda’, o autor fez uma viagem por memorias ‘em carne viva’, cruas e implacáveis que denunciam os horrores da guerra que Angola passou durante duas décadas, que desagregou o tecido económico, social e humano, transformando a terra mãe num deserto inóspito e árido, escravizado de valores. A deslocação e desespero são os sentimentos dominantes que remetem a esperança para um sonho perdido.
Paulino Soma nascido na província da Huila no dia 8 de Março de 1982 é Doutor em Linguística pela Universidade de Évora, mestre em Consultoria e Revisão Linguística pela Universidade Nova de Lisboa e licenciado em Linguística Portuguesa pelo Instituto Superior de Ciências Sociais da Educação (ISCED) na Huíla. Foi docente no ISCED e Chefiou a Repartição de Ensino e Investigação do Português na mesma Instituição. Também assistente de revisão linguística e de projectos na ONG ACORD (Agency for Cooperation anda Research in Development). Coordenou o projecto “Falando sobre a Terra no CTH (Consórcio Terras da Huíla).
Actualmente, é Decano da Escola Superior Pedagógica do Cunene. Em 2013, publicou a sua primeira obra poética ‘Amálgama d’Alma’ e, em 2016, o ensaio ‘A Crise normativa do Português em Angola-cliticização e regência verbal, que atitude normativa para o professor revisor?’.