A National Institute for Health and Care Excellence (Nice), uma entidade pública integrante do Ministério da Saúde britânico, alertam em novas recomendações os médicos para que não prescrevam os populares fármacos para pessoas que sofram de dor crónica.
A Nice afirma que existem “poucas ou nenhumas provas científicas” de que os medicamentos analgésicos comummente usados impactem positivamente na saúde dos pacientes, na sua qualidade de vida, níveis de dor ou alívio de stress psicológico.
Adicionalmente, as novas diretrizes, divulgadas na segunda-feira, dia 3 de agosto, dizem que existem de facto evidências científicas de que fármacos como paracetamol, ibuprofeno e aspirina podem provocar danos – incluindo adição aos mesmos.
A dor crónica é uma condição que não pode ser atribuída a nenhum outro diagnóstico ou considerada um sintoma de um problema médico subjacente.
Por sua vez, pode causar depressão severa e incapacidade nos indivíduos afetados – à medida que a dor é sentida pelos os músculos e esqueleto ou inclusive no corpo inteiro.
Estima-se que nos países desenvolvidos cerca de um terço da população sofra de dor crónica. Entretanto, quase metade das pessoas com a condição são simultaneamente diagnosticadas com depressão e dois terços não conseguem como consequência manter qualquer tipo de atividade laboral.
As recomendações da Nice sublinham que os clínicos não devem prescrever benzodiazepinas ou opióides.
Nick Kosky, presidente do comité de orientação, disse que os médicos – sobretudo de clínica geral – podem por vezes considerar “altamente desafiante” ajudar o doente com dor crónica.
O que consequentemente pode levar os profissionais a prescrever fármacos ineficazes ou potencialmente perigosos para os doentes.
A proposta de orientação – que está sob consulta até 14 de agosto – recomenda, ao invés, a prescrição de alguns antidepressivos para pacientes que sofram de dor crónica primária.
NM