A peça teatral “Monólogos da Vagina”, apresentada neste domingo, 24 de Abril, no Centro de Conferências de Belas, levou o público a reflectir sobre a sexualidade feminina e sobre como “quebrar” os tabus que rondam as temáticas relacionadas ao sexo feminino. A obra teve a realização da Buco’s Produções e encenação de Miguel Hurst e Adilson Vunge.
A peça que proporcionou ao público novas visões sobre a sexualidade feminina, contou as histórias de seis mulheres que passaram por vários constrangimentos na vida, pela vontade de viver a sua sexualidade de forma livre, interpretadas por Carina Sousa, Marisa Octávio, Sofia Lucas, Yolanda Viegas e Rossana Miranda que teve a sua primeira experiência como actriz.
Anna Chiquel, uma das espectadoras, destacou que a peça trouxe conteúdos bastante interessantes, que de alguma forma vieram para ajudar a quebrar o tabu que se tem sobre a educação sexual.
“É uma peça muito interessante que veio para quebrar os tabus sobre as informações que temos recebido ligadas a educação sexual, período menstrual e sobre as transformações que acontecem com a mulher”, disse.
Visivelmente feliz, Rossana Miranda que estreou-se como actriz, explicou que foi muito intenso interpretar o seu papel porque em alguns momentos pensava que não conseguiria atingir o objectivo que se pretendia. A jornalista acrescentou ainda, que tudo foi possível porque acredita que sempre teve o talento da representação dentro de si e que precisava ser despertado.
“Foi muito bom, foi muito intenso às vezes parecia que eu não conseguiria chegar lá porque como disseste, foi a minha primeira experiência, mas eu acho que no fundo eu tenho esse bichinho aqui dentro de mim, que precisava de ser despertado, não era só um sonho, era também algo que eu trazia dentro de mim e que eu sabia que existia só que nunca tinha tido a oportunidade, então foi muito bom, foi prazeroso e principalmente saber que as pessoas acolheram muito bem, isso deixa assim o meu coração muito feliz”, expressou.
Como mentora do projecto, a actriz e também apresentadora Sofia Buco, expressou que ver o público a vibrar com as histórias daquelas seis mulheres foi uma sensação de dever cumprido porque acredita que a mensagem sobre as lutas dos direitos femininos, foi muito bem transmitida.
“É uma sensação de dever cumprido, fizemos o nosso trabalho que é passar a mensagem em relação ao emponderamento feminino, as lutas que as mulheres têm desenvolvido ao longo dos tempos e também trouxemos aqui um pouco de humor, e trouxemos aqui no CCB uma dinâmica que é de fazer com o teatro que continue a estar em exibição em várias salas, por vários grupos e várias produtoras, criar aqui uma sinergia, é um trabalho não só meu, mas de todos nós que fazemos teatro, fazer com que as pessoas despertem cada vez mais pelo teatro, as questões sociais que o nosso país vai desenvolvendo ou se destacando ao longo dos tempos, então é importante que não nos esqueçamos que as mulheres são sim a maioria nesse país e merecem ser ouvidas, e numa peça de teatro melhor ainda, porque assim as pessoas terão melhor ideia sobre o que é que nós estamos a querer falar”, sublinhou.
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