Levis Albano diz que é super difícil ser realizador em Angola: “Das produções angolanas não podemos esperar tanta qualidade”


Em entrevista ao AngoRussia, o realizador angolano, Levis Albano, falou sobre os desafios da realização em Angola, e abordou sobre as dificuldades de exercer a profissão no país. O ‘autor’ de “Mutu Mbi” considerou que a cinematografia angolana está numa fase de aprendizagem e formação.

Foto: Reprodução Instagram/Levis Albano

Questionado sobre qual observação faz das produções angolanas, Levis foi conciso ao pontuar que não se pode pedir muito ou sonhar alto, pois, a indústria ainda está numa fase de criação, onde não se pode esperar tanta qualidade em termos de narrativa, roteiros e realização, e sim quantidade porque o processo é para ganhar experiência.

“As observações que eu faço das produções angolanas é que nós não podemos pedir muito, não podemos sonhar alto e não podemos ser tão exigentes, nós estamos numa fase de aprendizagem, de ouvir, de criar a indústria cinematográfica em Angola, para mim, estamos numa fase de fazer e fazer até dar certo, a ter mais quantidade do que qualidade, uma fase de ganhar experiência e formação. Então, das produções angolanos não podemos esperar tanta qualidade em termos de narrativa, roteiros, produção e realização, para mim ainda nos falta muita coisa, então estamos num processo que todo o mundo só tem que fazer”, começou por dizer.

Levis Albano mencionou alguns dos desafios que os realizadores enfrentam no mercado de trabalho angolano, e sublinhou o quão difícil é ser realizador em Angola. O profissional disse que há poucas aberturas no país. “Ser realizador em Angola é super difícil porque as aberturas são poucas, normalmente o realizador é produtor, além de ser produtor é produtor executivo também, as vezes é câmara men, porquê? Porque estamos limitados, temos pouca gente que entende da matéria”.

O realizador pontuou ainda que os profissionais da área encontram bastantes dificuldades para gravar, desde as finanças aos locais para fazer os registos.

“As finanças dificultam, os locais, o Ministério da Cultura dificulta gravar na rua, para obter a licença para gravar na rua é difícil, os polícias não entendem, é muita coisa… é super difícil ser realizador em Angola, mas também é excitante porque para quem faz por gosto e por amor, isso ajuda. As dificuldades ajudam a ser mais criativo”, disse.

Levis Albano é um realizador angolano de 36 anos, nascido em Luanda, cresceu entre Portugal e Reino Unido. O jovem que se considera muito sério no que faz, é formado em Cinema pela University of the West of Scotland (UWS). Começou por estudar música, após perceber que o áudio precisa do visual e o vice-versa. Em 20o5 decidiu abraçar a cinematografia, mas só em 2008, passou a estar mais activo, ao ponto de se formar na área.

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