Sensibilizados com a violência, angolanos saem em defesa das mulheres


Depois do desaparecimento da jovem angolana Carolina Joaquim de Sousa da Silva, uma advogada de 26 anos, que foi encontrada morta na sua residência após quatro dias, e outra jovem ser esfaqueada pelo esposo, angolanas nas redes sociais mostraram-se sensibilizados com o número crescente de violência contra as mulheres nos últimos dias, tendo apelado por mais respeito e amor pelas mulheres. 

Os problemas de violência doméstica entre os tantos outros assuntos tem preocupado nos últimos meses a sociedade angolana, que defende que esta mal merece um tratamento que produza resultados concretos e efectivos para os que podem ser ou são vítimas. Apesar da prevalência da violência, a maioria dos angolanos têm mantido uma convicção firme no valor do diálogo, como meios para resolver conflitos, e existe também certo apoio governamental através da criação de Centros de Aconselhamento para Mulheres.

Nas redes sociais, internautas de vários pontos de Angola, mostram-se insatisfeitos e sensibilizados com o rumo de alguns factos que têm acontecido nos últimos dias, tendo deste modo criado uma campanha que enaltece o valor das mulheres na sociedade apelando mais respeito e amor por elas.

“Homem algum é dono da vida de sua esposa, namorada, noiva e etc. Nada, absolutamente nada justifica comportamentos macabros contra as mulheres. Homens, vamos parar de matar as mulheres! Vamos parar de bater! Vamos parar de manipular! Vamos parar de pressionar! Mulher alguma merece. Seja Homem mas a força física que te gabas que tens, use-a para lutar com a tua vida! Mas respeita e mais amor”, escreveu um internauta.

Em outro post, uma internauta, apelou aos homens que dêem mais amor as mulheres, aconselhando-os que perante uma situação desconfortável a usarem o dialogo como chave da resolução, e que nunca devem pensar em levantar suas mãos sobre seus rostos seja qual for o motivo.

“Caros homens,
Pedimos encarecidamente que nos AMEM mais, que sejam mais maduros e mais consistentes na raiva, que sejamos mais felizes… Que perante uma discussão, consigamos por palavras resolver e nos entender…
Pedimos que sejam nossos parceiros e que não nos maltratem seja lá qual for o motivo. Pedimos ainda, que jamais, em momento algum, levantem as vossas mãos aos nossos rostos. Pedimos que sejam vocês os nossos Super Heróis.
Mas antes, pedimos que vocês se amem, que sejam homens e que parem de nos matar. Nós, as mulheres, só queremos viver sem ter um homem para interromper nossos sonhos.
Pai, Irmão, Primo, Tio, Avó, Amigo, Namorado, Marido, Noivo, Vizinho, homens… Por favor parem de nos matar!”, escreveu outro”, apelou. 

Ao finalizar, uma outra jovem, atribuiu uma parte a culpa ‘da má escolha’ de muitas mulheres a sociedade que cobra muitas das vezes usando nomes pejorativos, quando uma mulher não tem filhos ou parceiro, apelando ainda aos familiares em geral a pararem de pressionar seus parentes a manter laços conjugais que levam a violências dentro do lar.

“Quando és Mulher e não tens um parceiro ou filho, a sociedade vira-se contra ti, atribuindo até nomes pejorativos (‘encalhada’, ‘mbaca’). Acontece que, aos olhos da sociedade, “para ser bem vista a mulher tem de ter um parceiro”. Por esta razão muitas submetem-se a variados maus tratos… Mas, a verdade é que a sociedade fala mas não sente as tuas dores e tão pouco chora as tuas lágrimas…
As famílias sobretudo devem parar de pressionar as mulheres a casarem-se, assumirem compromissos e permanecerem em certas relações. Pois, não é vergonhoso e não é triste ser solteira. Triste mesmo é ver uma mulher que tinha tudo para ser feliz, ter a sua vida destruída por um doente, tudo pela necessidade de mostrar e sustentar uma relação que por sinal é abusiva, que acarreta malefícios aos invés de benefícios…
Por outro lado, infelizmente também existem mulheres que associam abusos ao romantismo. Mulher! Quando o teu parceiro ameaça-te, faz chantagem, proíbe-te de fazeres certas coisas como: trabalhar, ter amigos, sair, estar com a família e demais… Isto não significa que ele te ama e preocupa-se contigo, significa que ele é um agressor e trata-se de uma agressão psicológica sim.
Quando ele levanta a mão para bater e depois aparece com flores, ou qualquer outra coisa que te agrade pedindo desculpa, não significa que ele te ama e está arrependido. Quem dá a primeira, dá a segunda, dá a terceira até um dia fazer algo pior… Portanto, é agressão física sim! Não tentem romantizar ou enaltecer situações abusivas, ao primeiro passo denuncie ou afaste-se. Saiba retirar-se quando necessário, evite um mal antes que este mal não te custe a vida”, escreveu a internauta.

A violência domestica é praticada dentro de casa ou no âmbito familiar, entre indivíduos unidos por parentesco civil (marido e mulher, sogra, padrasto, namorado e namorada) ou parentesco natural, pai, mãe, filhos e, irmãos. Nela incluiu diversas praticas como “violência e o abuso sexual contra as crianças”, maus-tratos contra idosos, e violência contra mulher e contra o homem geralmente nos processos de separação litigioso além da violência sexual contra o parceiro.

Também é preciso saber que a violência domestica ela pode ser física que normalmente envolve agressão directa contra a pessoa, e psicológica que envolve agressão verbal, ameaças, gestos, e posturas agressivas, juridicamente produzindo danos morais.

E para que se mantém uma sociedade melhor, mentes mais abertas, o respeito e amor, é necessário que se fortifique o vínculo da relação entre “Família-escola-sociedade”. 

 


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