A actriz e produtora nacional, Helena Moreno, debruçou-se recentemente sobre o processo de preparação para a peça teatral “Gemidos de três Mulheres”. Na ocasião, relatou que o maior propósito do projecto é dar voz às mulheres gestoras do lar (empregadas domésticas) e fazer com que elas ganhem o devido respeito na sociedade, enquanto exercem a referida profissão.
Durante a conversa mantida com o AngoRussia, Helena justicficou ter escolhido produzir uma peça que retrata directamente o dia a dia das ‘empregadas domésticas’ por considerar ser uma classe bastante discriminada na sociedade.
“Porque a área de trabalho mais discriminada é a de empregadas domésticas e é um ponto que mexe muito muito comigo, a minha mãe já foi empregada doméstica, mas graça a Deus não teve uma má experiência. Decidi então trazer isto porque acho que elas não têm voz, então nós enquanto fazedores de arte pretendemos ser voz daquelas que não têm e é isto que eu pretendo, poder falar de um tema bastante delicado em uma forma de comédia, mas vai nos levar à uma reflexão, daí ter trazido para o palco porque este é o grande objectivo também da Lightlife moldar mentalidade, construir personalidades, ajudar a juventude a resgatar valores, é isso que nós pretendemos”, começou por dizer.
A actiz que teve a sua primeira aparição nas telas em 2002 através da novela “Revira Volta”, adiantou que a preparação de “Gemidos de três Mulheres” foi feita de forma minuciosa, por considerar um assunto sensível de ser tratado, mas que viu a necessidade de defender a classe doméstica.
“O texto é muito forte, nós tivemos aí um trabalho muito profundo, o escritor foi muito profundo com todo conteúdo que eu enviei para ele, teve muita cautela e foi mesmo muito profundo e inpecável chegou naquilo que eu pretendia, então eu acredito e tenho fé que as pessoas vão ser tocadas e vão fazer uma auto análise e vai haver uma melhoria de alguma forma. Elas precisam ter voz precisam de ter alguém que as defenda, então precisamos todos de fazer alguma coisa e nós acreditamos que o público irá reagir positivamente”,disse.
Questionada sobre o estado do teatro em Angola e se é possível viver do mesmo, Helena Moreno, também produtora da peça “Asfixiados Por Ela” afirmou estar no bom caminho, mas disse que ainda é preciso continuar a trabalhar para torná-lo mais visível e emancipado.
“Acredito que estamos num bom caminho, mas ainda não é uma realidade, ainda não se pode viver de teatro em Angola, é preciso que continuemos a tocar na mesma tecla, continuemos a emancipar o teatro e torná-lo mais visível para todos, inovar cada vez mais para que consigamos então chegar neste nível de poder viver do teatro, quando todos começarem a olhar para o teatro na mesma direcção aí sim já vamos conseguir viver do teatro”, completou.