Hariana Verás fala do processo de adaptação nos EUA enquanto jornalista angolana residente


A Jornalista angolana, Hariana Verás, que  manteve os angolanos informados sobre o período mais caótico no mundo, da pandemia da covid-19, conta na primeira pessoa o percurso enquanto jornalista residente e permanente nos Estados Unidos de América, trazendo várias revelações desde as dificuldades e  as experiências que vive.

A jornalista angolana, galardoada recentemente com certificado de reconhecimento pelo contributo informativo na aproximação dos angolanos e americanos, reside nos EUA há 14 anos, actualmente,  trabalha para a Televisão Pública de Angola como correspondente permanente. Hariana explica de antemão, não ter encontrado muitas dificuldades no processo de adaptação naquele país, sendo que levava uma certa experiência de Angola, pois começou a trabalhar a partir dos 18 anos de idade.

Durante muitos anos Hariana Verás tem sido uma ponte cultural que ajuda os americanos a entender melhor África em particular Angola, a jornalista deixou claro que sempre viu-se nas vestes de quem tem a responsabilidade de informar e nunca uma representante dos angolanos nos EUA.

“Não sou representante dos angolanos nos EUA, pois os nossos compatriotas não me passaram procuração para tal, contudo, enquanto jornalista angolana nos EUA, sinto-me orgulhosa e é uma satisfação muito grande poder ser uma das vozes, ouvidos e olhos dos angolanos nos Estados Unidos, o meu foco sempre foi e tem sido dar o meu contributo, em prol do desenvolvimento de Angola”, referiu a jornalista.

Quando a pandemia da Covid-19 atingiu o pico no mundo inteiro, todos os angolanos queriam perceber a fundo o que realmente estava acontecer em vários pontos do universo, a fim de entender como cada país lidava e procurava vencer o coronavírus. Hariana explica que a fase deste surto é sem dúvidas um problema que ficará na história do mundo.

Entendendo a gravidade da situação, a jornalista refere que estar informado era caso de vida ou morte, e até mesmo agora é extremamente importante continuar a manter o público actualizado para poder erradicar-se, e ter a conduta adequada face ao problema.

“Tomei logo nota da urgência e importância de manter os angolanos informados sobre questões relevantes relacionadas com a pandemia e os passos que este país estava a dar na busca de soluções para se resolver o problema. Com muito cuidado fui informando o público angolano e não só e foi um período diferente, creio que para todos os trabalhadores de qualquer ramo, e todos nós tivemos que fazer os ajustes necessários nas nossas rotinas para continuar a fazer o nosso trabalho, obviamente que a pandemia fez-nos aprender muita coisa e inclusive criou oportunidades para crescermos profissionalmente”, expressou a Hariana.

No âmbito do trabalho de informar aos americanos sobre África, Angola em particular, a jornalista frisou que por falta de apoio tem encontrado dificuldades para divulgar o país que a viu nascer.

“Queríamos poder fazer mais e melhor em torno da divulgação de Angola nos Estados Unidos, mas infelizmente não temos os apoios necessários, claro que para nós isso não é e nunca foi motivo para desistir e temos trabalhado com os nossos poucos recursos que vamos conseguindo” afirmou Hariana.

A jornalista fez saber que o certificado de  reconhecimento, que recebeu recentemente, foi mais um incentivo da parte do povo americano, que aprecia o trabalho da sua equipa e vê uma grande importância no mesmo. Hariana ainda destacou que a nível de África, Angola é dos países que mais raízes profundas tem com os EUA, sublinhando que as populações “ancestrais comuns”  que habitaram o território ajudaram a construir os Estados Unidos da America e acredita que agora é chegado o momento dos referidos participarem no desenvolvimento e crescimento de Angola.

Por: Sofia Adelino

Exit mobile version