O AfriComics, um projecto regional do Goethe-Institut, associação cultural alemã, sem fins lucrativos que opera em todo o mundo com 159 institutos, promovendo o estudo da língua alemã no exterior e incentivando o intercâmbio cultural internacional, que é realizado paralelamente em 16 países africanos, vai apresentar em Luanda a sua edição com oficina de banda desenhada e uma exposição sobre Henrique Abranches.
A oficina de banda desenhada vai se realizar em três dias, de 20 a 22 de Setembro do ano em curso, está direccionada a jovens artistas interessados em perseguir uma carreira na banda desenhada e aprender mais sobre técnicas artísticas e de comercialização. O lema será: “Um traço angolano – Como seria se a África nunca tivesse sido colonizada?”.
De acordo com uma nota da organização submetida ao AngoRussia, durante a oficina, haverá palestras e aulas da artistas consagrados de Angola e da Alemanha, estes últimos, devido à pandemia, estarão presentes através de vídeo. Os inputs tratarão de técnicas de desenho, estratégias de storytelling, produção, aquisição de patrocínio e venda dos próprios produtos.
Os 24 participantes serão divididos em duplas compostas de um escritor e um desenhista, ao longo dos três dias cada dupla realizará uma história de banda desenhada, de gênero livre. Um júri composto de profissionais das artes seleccionará os melhores projectos, que serão premiados. Todas as bandas desenhadas resultantes da oficina serão exibidas na exposição, que decorrerá de 20 a 22 de Setembro.
A exposição sobre Henrique Abranches terá a duração de quatro semanas, onde pretende-se mostrar uma selecção das suas obras e também um documentário que está a ser produzido ainda com entrevistas de amigos e ex alunos do artista.
Henrique Abranches (1932-2004) considerado o pai da banda desenhada em Angola. Nasceu em Portugal, viveu em Angola ainda jovem, envolveu-se activamente na luta anti-colonial e foi até preso. Mais tarde, fundou o Centro de Estudos Angolanos na Argélia, com o escritor Pepetela.
Depois da independência, actuou como Director Nacional dos Museus em Angola, antes de dedicar-se somente à arte e às ciências, formando muitos jovens nas artes plásticas. Entre os seus alunos encontram-se artistas nacional e internacionalmente premiados. Além de desenhador, Henrique Abranches também foi escritor, pintor, antropólogo, arqueólogo e co-fundador da União dos Escritores e da União Nacional dos Artistas Plásticos.
A oficina e a exposição serão realizadas no Memorial António Agostinho Neto infraestrutura ideal para este tipo de actividades, Dr. Agostinho Neto e Henrique Abranches eram amigos. Também, o design futurístico do Memorial pode inspirar as mentes dos participantes para pensarem uma modernidade africana sem a ruptura cultural e psicológica da colonização.
A oficina decorrerá nos dias 20 a 22 de Setembro e a exposição será inaugurada a 24 de Setembro e vai ficar patente no Memorial António Agostinho Neto até 30 de Outubro de 2021.
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