A prática clínica demonstra que se tem diagnosticado cada vez mais crianças com TEA (Transtorno do Espectrum do Autismo) em Angola, o que motivou a Youin em parceria com o consultório Peandra, realizar nesta quinta-feira, 28 de Abril, uma conferência sobre o tema “Vamos falar sobre Autismo”.
O evento que aconteceu no hotel Intercontinental, em Luanda, teve a duração de uma hora e meia, e contou com a presença de profissionais de saúde, professores, educadores, terapeutas e pais que debateram temas ligados aos sinais de alarme, dificuldade no diagnóstico, importância da intervenção e inclusão na sociedade angolana de indivíduos com TEA.
Numa altura em que se aposta na sensibilização a respeito do TEA, os profissionais acreditam que é preciso apostar na consciencialização do Autismo, para evitar que os indivíduos com este transtorno sejam discriminados ou maltratados. Pois existe um grande desconhecimento da doença o que faz com que a discriminação seja uma realidade.
As condições socio culturais fazem com que as crianças e indivíduos com TEA sejam muitas vezes “escondidos” e molestados, urge por isso, alertar a sociedade civil, desmistificar e esclarecer os cidadãos do que é efectivamente este transtorno para que a integração de crianças e adultos com nessas condições seja uma realidade.
O Pediatra, Dr. Leite Cruzeiro, em seu discurso disse que “o Autismo tem sido debatido em Angola com maior frequência há cerca de 15 anos; desde que começaram a aparecer mais casos, a sociedade passou a dar mais importância ao assunto. Não há uma definição concisa sobre o transtorno, que não é considerado uma doença, e sim tratado como uma alteração que apesar de não ter cura, pode ser melhorada com o tempo”.
Um dos especialistas que se fazia presente na banca, acrescentou que o diagnóstico precoce contribui significativamente para a eficácia do tratamento.
O Autismo altera a forma como uma criança vê e experiencia o mundo. Os sintomas são vários, desde a dificuldade na aprendizagem, fala, expressão de ideias e sentimentos, relacionamentos, estabelecer contacto visual, até à existência de padrões repetitivos e movimentos estereotipados.
As pessoas com autismo também podem apresentar um aumento de sensibilidade sensorial, podendo ocorrer em um ou em mais sentidos como a visão, tacto, audição, paladar e olfacto.
É inegável o aumento dos casos de autismo nas últimas três décadas. Estudos epidemiológicos feitos em países desenvolvidos mostram o aumento significativo da incidência e prevalência dos distúrbios do espectro autista.
Ainda de acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE) até 2020, estima-se a existência de 576 mil angolanos com autismo, 157 mil habitam na província de Luanda.
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