O escritor angolano Ondjaki venceu o prémio Littérature-Monde 2016 (Literatura-mundo), na categoria de literatura não francesa, com o livro “Os Transparentes”, publicado em Portugal, pela Caminho, em 2012, e editado em França em 2015 pelas Éditions Métailié, do Festival do Livro e do Filme de Saint-Malo “Étonnants Voyageurs”, em França.
Entre as obras candidatas de literatura em língua francesa, o prémio, atribuído desde 2014 pela associação Étonnants Voyageurs e pela Agence Française de Développement, foi para L’Ombre Animale, que o haitiano Makenzy Orcel publicou já este ano.
Onjaki e Orcelk receberão os respectivos prémios, cada um deles no valor de três mil euros, no próximo sábado em Saint-Malo, na Bretanha francesa, na abertura da 27.ª edição do festival literário Étonnants Voyageurs, promovido pela associação homónima.
O júri foi composto pelos escritores Paule Constant, Ananda Devi, Nancy Huston, Dany Laferrière, Michel Le Bris, Atiq Rahimi, Jean Rouaud et Boualem Sansal.
No ano passado, os vencedores nas duas categorias do prémio Littérature-Monde foram a francesa Simone Schwarz-Bart, com L’Ancêtre en Solitude, e o norte-americano Philip Meyer, pelo romance O Filho (2013), com edição portuguesa da Bertrand.
Ondjaki, nasceu em Luanda, em 1977 e a sua trajectória artística passou também pelo teatro e pela pintura.
Após realizar os seus primeiros estudos na sua terra natal, obteve a licenciatura em Sociologia em Lisboa.
Em 2000, conquistou a segunda posição no concurso literário angolano António Jacinto e lançou o seu primeiro volume poético, “Actu Sanguíneu”.
Ondjaki obteve o Grande Prémio de Conto Camilo Castelo Branco 2007, por sua obra “Os da Minha Rua”.
Na Etiópia ele foi reconhecido com o prémio Grinzane for best african writer 2008.
Os seus livros têm sido traduzidos na França, Inglaterra, Alemanha, Itália, Espanha e China.
Já ganhou vários prémios.
Ndalu de Almeida também é cineasta.
Autor de guiões cinematográficos, co-dirigiu, em 2006, ao lado de Kiluanje Liberdade, um documentário que aborda sua cidade natal, “Oxalá cresçam pitangas – histórias da Luanda”.