Está a precisar de dicas para a quarentena? Alguns dos escritores angolanos da nova geração vão lhe ajudar, dando-lhes opções de leitura para curtir com leveza este período de isolamento social, ao revelar os livros que têm ocupado as suas ‘horas mortas’, seja ele sobre romance, ficção, contos de fada, poesias ou de auto-ajuda.
Nesses últimos meses em que o mundo encontra-se isolado por conta da pandemia da Covid-19, o melhor é aproveitar esses dias difíceis para alimentar ainda mais a alma, a base de boa leitura com os melhores livros. Escritores como, Rosa Soares, Ottoniela Santos, Matteus Steita, José Chieta “Tigre dos Tuneza”, Edy Lobo, Helena Dias e Lady Mukeba (O velho Kipacaça), trazem dicas de leituras para este período de isolamento.
A jovem escritora angolana Rosa Soares autora do livro “Flores Não São Para Mortos”, nesta fase de mudanças, sugere que invista-se na leitura de livros de desenvolvimento pessoal e até mesmo de ficção que contribuam de forma positiva para o processo de adaptação ao mundo pós à pandemia, entre eles estão:
- Os 4 Compromissos, (Don Miguel Ruiz)
- O Milagre de Manhã, (Hal Elrod)
- As 7 Leis espirituais do Sucesso, (Deepak Chopra)
- A Descoberta do Mundo, (Clarice Lispector)
- Met(amor)fose, o seu mais recente livro.
Matteus Esteita, o escritor que tem no mercado o livro “O Bolseiro – A vida de um Sonhador”, que já vai na sua segunda edição, ressaltou a importância da leitura, dizendo que é por meio dela que qualquer pessoa obtêm o conhecimento, ao classifica-la como um dos ‘tesouros’ importantes, que visa proporcionar iluminação, tira o ser humano da escuridão e da ignorância intelectual.
Ao finalizar, Matteus lembrou que o hábito de leitura cria-se com o tempo e disciplina. E para tal, precisa-se começar com textos curtos sobre assuntos do seu interesse, lendo uma pagina por dia e depois duas, três e ir acrescentando paulatinamente.
Entre os livros que tem lido, o escritor recomenda todos de escritores angolanos:
- Wilala, (Bereznik Rafael)
- A Gestão, (António Kamané)
- Escola da Vida, (Manuel Carlos)
- Controverso, (Kardo Bestilio)
O humorista, músico, autor, compositor, coach, analista de perfil comportamental com projecto “Provocador da mente” agora também escritor, José Chieta tem sugestões de livros para longos ou curtos mergulhos:
- Curar o Cerebro (Dr. Mike Dow)
- As 25 Leis Biblicas do Sucesso (William Douglas e Rubens Teixeira )
- O Bom Conflito ( Maria Tereza Maldonado)
- O Tuneza (Os Tuneza)
- O Meu Livro de Pensamento (Victor Hugo)
- O Suicídio, estudo Sociológico (Émile Durkheim)
- Desvendando os Segredos da Linguagem Corporal (Allan e Barbara Pease)
- Segredo da Mente Milionaria (T.Harv Eker)
- O Gestor de 90 Minutos (David Bolchover e Chris Brady)
- Jack Welch com Suzy Welch- Vencer
A escritora também angolana Ottoniela Bezerra Santos, licenciada em Direito pela Universidade Metodista de Angola, tem no mercado livros de sua autoria entre eles “Omnia Vincit Amor -O amor conquista tudo” e “Retratos de uma mulher (in) comum” e recentemente lançou seu segundo E-Book “O Que Ficou Por Dizer”, tem como sugestão:
- “Foi Sem Querer Que Te Quis” – ( Raul Minh’alma)
- “A Desordem Natural das Coisas”- (Margarida Rebelo Pinto)
Professor, modelo e autor da obra “Diário de um professor (a)normal”, Edy Lobo, por sua vez diz que a leitura não é obrigatória. Pois as capacidades de aprendizagem não são iguais, e é bom salientar este aspecto. O tornar a leitura obrigatória faz com que muitas pessoas despertem um asco pela leitura.
Neste período, por culpa de estudos transversais que tem estado a fazer só conseguiu ler apenas, 2 livros entre eles:
- “O velho e o Mar” de (Ernest Hemingway )
- “Ama-me Quando Menos Mereço Porque é Quando Mais Preciso” de (Jaume Funes)
Edy ressaltou ainda que, “Para um escritor, a leitura é como um balão de oxigénio. É obrigatória. Pode-se até produzir alguns bons textos durante algum tempo mas a necessidade ‘fulcral’ de melhorar, exige um alto rigor na leitura”.
“Durante a quarentena, li os livros: -A Regra de Moscovo; -A Morte do Papa; -Dois Papas”, contou o escritor angolano Lady Mukeba que se estreou com o pseudónimo literário de “O velho Kipacaça”, com o livro “Vendedor de Esperanças” e “Vendedor de Esperanças e o Perdão”,
Como sugestão, recomendou aos amantes de literatura para que nessa fase de isolamento social possam ler o livro:
“Marketing Digital na Prática”- (Paulo Faustino)
“Param mim, a leitura é a forma que uso para poder conhecer o que outros autores pensam e escrevem. É uma terapia e forma de aprendizado. Para um escritor, ler é crucial, pois só assim poderá expandir os seus horizontes e desenvolver habilidades de escritas”, disse em conversa com o AngoRussia.
Helena Dias classifica a leitura como um processo de compreensão e interpretação de textos, signos, imagens e outros, com o objectivo de adquirir conhecimento sobre determinado assunto, ou até mesmo relaxar, divertir-se, entre outros. Mas ela pode ser muito mais do que isto, pode ser um encontro com um ser outrora desconhecido, a leitura é um encontro com o mundo, o mundo que se vê e o que não se vê também. É ir atrás do desconhecido sem sair do lugar, estar numa festa, participar de momentos, receber conselhos.
A leitura permite-nos aprender a vida com os olhos. Dando a sua importância na vida de um escritor, Helena garante que simplesmente o profissional da escrita não existe se não tiver lido outros pequenos e grandes escritores. É necessário ler do fenomenal ao banal, para ser um grande escritor.
A leitura é o início, o motor que põe a máquina a funcionar, o escritor é a máquina que precisa de um motor potente para continuar a caminhada. Não podem andar um isolado do outro, ou não haverá livros e nem bons escritores. É caso para dizer que a leitura é crucial na vida de um escritor.
Motivos estes que, durante a quarentena tem lido um livro muito especial, por indicação do escritor José Luís Mendonça, “O Meu Pé de Laranja Lima” do brasileiro José Mauro de Vasconcelos, um drama e romance juvenil, publicado em 1968.
Outro tema que também esta a ler é o : “Egonomics” – O que torna o ego o nosso maior activo ou o nosso mais elevado passivo, de David Marcum e Steaven Smith, publicado em 2007.
No tempo em que as pessoas estão praticar ou ao menos deveriam estar, em isolamento, para tentar conter os danos de contágio, a leitura é um mecanismo fundamental. Quem lê sabe, a leitura de certa forma continua a meter as pessoas em diálogo mesmo sem ninguém presente.
E então, quantos livros já conseguiu ler nesta quarentena?