Com o significativo aumento do número de desempregados, agravado com o surgimento da Covid-19, levou o jovem angolano Hélcio Romario Chilunga de 25 anos, licenciado em “Gestão de Empresas”, pela Universidade Lusíadas de Angola a criar o seu próprio negócio de venda de bananas fritas e paracuca, denominado “Kitutes Mbote”.
Em conversa com o AngoRussia, Hélcio Romario explicou que a ideia de criar o seu negócio, surgiu numa altura em que ele e seus irmãos não tinham o que comer em casa, por meio de uma prima próxima conseguiram algumas bananas para que cozinhassem e foi dai que tudo começou.
“O que nos falta muitas das vezes é o que comer. Uma vez não tínhamos o que comer em casa, fomos até a uma prima e ela deu-nos comida, e ainda emprestou-nos bananas para fazermos ‘qualquer coisa’. No começo, não achava que o negócio seria aceite pelos meus amigos, visto que já tentamos fazer vários negócios, como: vender bolinhos nas paragens de táxi, vender roupas e calçados oriundas de outros países”, começou por explicar.
Hélcio continuou por dizer, que embora ter tentado sem sucesso alguns negócios já mencionados acima, sentiu que de alguma forma também daria errado as bananas e paracucas, mas foi então quando arriscou em partilhar com os demais amigos nos seus stories e grupos do WhatsApp que os pedidos comeram a ser feito e o negócio começou a fluir.
Com direito a entrega, o jovem garantiu que a aderência tem superado as suas expectativas, o que era um ‘hobbie’, passou a ser algo sério, agora de segunda à sexta-feira tem em média 4 à 7 pedidos diários, enquanto que aos finais de semanas chegam até 10 pedidos, totalizando 10 a 30 mil kwanzas por semana de faturamento.
“Graças à Deus, a aceitação tem sido boa. Como jovens desempregados, tentamos várias coisas nem todas funcionam ou dão certo, mas esta algumas pessoas têm-se mostrado bastantes interessadas. Para o meu negócio, o marketing que nos ajuda é o boca á boca, em que pessoas compram os nossos produtos e indicam á outras”, acrescentou.
O dono da “Kitutes Mbote” afirmou ainda que, procura não olhar para os problemas mas sim, encontrar soluções para os mesmos. Por causa da covid-19, disse que tem encontrado algumas dificuldades na hora das entregas, porque a maioria de seu clientes ficam longe do seu bairro Golfe II, e com a falta de táxi é obrigado a usar o seu próprio transporte para se locomover.
“Não olhamos nos problemas mas sim nas soluções, este é o nosso lema. Tendo em conta a situação pandêmica em que vivemos actualmente, o maior problema que temos, é a falta de táxi, porque fazemos as nossas entregas de transporte público, nesta altura os taxistas fazem linhas curtas, por isso tem sido chato e um pouco complicado”, disse.
Satisfeito com o feedback, Hélcio disse ainda que tenciona em breve ter o seu próprio espaço para vender seus produtos, tendo como objectivo, distribuir os mesmos a nível interno e externo, mas por agora gostaria de poder fazer contratos com lojas, supermercados, e aplicativos de venda de produtos.