Conheça David K.Allone “Ainda não sou um homem realizado”


 David K.Allone é um jovem empreendedor que sonha com a divulgação da cultura africana no grande palco da moda. A satisfação de proporcionar visibilidade a criadores e modelos, oferecendo-lhes a oportunidade para mostrarem os seus talentos, constitui um estímulo para David K. Allone.

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Simpático e bem-humorado, escolheu o restaurante “Grelha D’Ouro” para uma conversa informal. David falou sobre a sua vida, os projectos e os obstáculos que encontra para organizar o LBFW.

 Quem é David K.Allone?

D.A: Sou um jovem empreendedor criativo, que faz questão de colocar as suas ideias em prática.

O mercado da moda tem bastante competitividade a nível nacional e internacional. O que o incentivou a criar, justamente, um projecto de moda?

D.A: Há 15 anos, fui abordado pela primeira vez para trabalhar com moda. Aceitei e fui fazendo alguns trabalhos. Apaixonei-me por tudo o que envolve moda (showbusiness, glamour, flash’s). Quem trabalha com moda acaba por querer sempre mais…

São mais de 15 anos nesse ramo. Como ocorre todo esse processo criativo?

D.A: É um processo longo, que tem sido preparado com bastante antecedência. Temos uma equipa enorme a trabalhar, para que os mínimos detalhes corram bem. Temos alargado os contactos a nível nacional e internacional, e procuramos ter uma network completa para, assim, realizar um evento dessa dimensão.

É muito difícil agradar a todos quando o assunto é moda. Já notou alguma insatisfação do público, após o final de um evento?

D.A: Normalmente, nos desfiles de moda, não se consegue agradar a toda a gente. Já notei, lógico… quem organiza um projecto destes tem de estar bastante atento a esse pormenor, tem de entender bem o público-alvo. Cada vez mais, quem vai aos nossos eventos de moda são os nossos parceiros e aqueles a quem queremos vender ideias. E a insatisfação, muitas vezes, é gerada por alguns atrasos.

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Qual é o seu objetivo, enquanto organizador de eventos de moda?

D.A: O meu grande objetivo é ver implementadas as minhas origens, levando assim a cultura africana através do veículo-moda. Quero a moda africana mais estabelecida cá em Portugal e quero aumentar a minha rede de contactos a nível internacional.

Um empresário tem por norma uma vida agitada. Como tem sido a sua rotina de trabalho?

D.A: Confesso que esse evento rouba imenso do meu tempo. Por isso, prefiro trabalhar com alguma antecedência, para me restar tempo para família e amigos.

Existe algum modelo e criador de moda que deseja ver nos seus eventos?

D.A: Sem dúvida! Quem se torna responsável por uma plataforma de moda quer ver sempre os melhores nos seus eventos. Há nomes como o David Thale, Stela, Tony Yakub, Balmain, Jordan Dun, entre tantos outros de quem sou fã. Mas isso, num futuro breve, vai ser possível. Queremos cá todas as pessoas que enaltecem a moda.

Qual a importância dos Vip’s na promoção dos eventos?

D.A: É quase indissociável a sua presença em qualquer evento. As primeiras filas são sempre compostas por eles… Acabam por ser, sempre, nomes conhecidos: desde jogadores a modelos, músicos e patrocinadores.

Até que ponto é importante ter bons contactos nos media/ imprensa/ televisão?

D.A:Os media, sem dúvida, são uma alavanca fundamental para todas as plataformas de moda. Sem dúvida que temos estado a trabalhar para alargar os nossos contactos internacionais e a fazer a plataforma crescer, de forma a atrair ainda mais meios de comunicação.

 Quem aponta como os seus principais concorrentes a nível de organização de eventos?

D.A: Cada plataforma é uma plataforma. Não procuro concorrentes, procuro sempre fazer muito bem o meu trabalho.

O evento já faz parte da programação oficial da cidade e acabou por ter uma forte projeção  na primeira edição… Isso já estava previsto?

D.A: Sim, previa claramente isso. Portugal nunca tinha tido uma semana dedicada à moda africana. Por isso, esperei essa projeção mediática.

Quais os principais obstáculos que encontrou na hora de organizar o desfile?

D.A: Os obstáculos têm sido sempre os apoios financeiros que demoram a chegar quando comecei, alguns patrocinadores mostraram-se inseguros. Mas, hoje, essa situação já está mais controlada.

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Devido a esses obstáculos que encontrou, ja alguma vez pensou em desistir ?

D.A: Desistir não faz parte de pessoas que pensam crescer a nível profissional. Penso sempre em inovar, mas a desistência não faz parte de uma pessoa batalhadora como eu.

O que mais o motiva a trabalhar no ramo da moda?

D.A: Moda é algo que sempre apreciei. Conhecer gente nova, a troca de culturas e a satisfação que proporcionamos aos criadores e modelos, para mostrarem os seus talentos. Isso, sem dúvida, serve de grande motivação.

Quais os critérios tidos em conta na seleção dos modelos e criadores?

D.A: Basicamente, os criadores vêm de formação superior. Alguns nomes que já estão no mercado há mais tempo e possuem alguma experiência, o que é válido tanto para modelos como para criadores.

Porquê criar um projecto dessa dimensão em Portugal?

D.A: Criei esse projecto porque não havia nada semelhante. Senti a necessidade de aumentar a projeção mediática dos modelos e criadores.

Não é fácil liderar um projecto como LBFW. O que tem sido fundamental para o realizar?

D.A: Sem dúvida, a determinação, ter noção do tipo de evento e apostar na qualidade seletiva de todos aspectos.

Nos últimos anos, tem-se falado muito sobre o projecto Lisboa Black Fashion Week. O que podemos esperar do próximo evento?

D.A: Vamos trabalhar muito, no sentido de sermos mais criativos. Essa edição será fora do normal. O tema e o local já foram escolhidos, mas isso só será divulgado na conferência de imprensa.

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O LBFW é um evento focado na moda Africana. Porquê essa especialização?

D.A: Porque sou africano e acredito nas minhas raízes. Vejo que África tem um futuro promissor na moda.

Sabemos que é muito ligado a família. A sua família tem-no apoiado directa ou indirectamente?

D.A: A minha família apoia-me em todos aspectos e isso dá-me muita força. Tenho-os como pilar.

 Tem alguma fonte de inspiração?

D.A: Nelson Mandela é, sem dúvida, minha maior fonte de inspiração. Tenho grande admiração pela pessoa em que se tornou, apesar dos obstáculos que encontrou na vida.

Casar e ter filhos fazem parte dos seus planos?

D.A: Claro que sim! Grande parte dos homens sonham com isso e comigo não é diferente.

Considera-se um homem realizado a nível profissional?

D.A: Ainda não sou um homem realizado, mas acredito que estou muito perto disso. Para que isso aconteça, só me resta trabalhar mais e mais.

David K.Allone já teve outras paixões antes de se dedicar à moda:

  • Jogou futebol americano durante toda adolescência.
  • Foi modelo durante 4 anos
  • Premiou nos seus eventos, modelos criadores e parceiros de comunicação.

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