Duetos N’Avenida volta a juntar dois grandes talentos da cultura angolana, os actores Celma Pontes e Jaime Joaquim, que abrilhantaram a noite deste domingo, 10 de Outubro, no palco da “Casa das Artes”, ao protagonizarem a peça teatral “A Escrava da Cama”, uma produção que retrata a história de um casal que enfrenta problemas de toxicodependência.
Escrita por Marisa Júlio, encenada e dirigida por Tony Frampênio, “A Escrava da Cama” retrata a história de Telma e Nicolau, um casal que em plena a lua de mel, enfrenta o desafio de viver um amor marcado pelo drama da toxicodependência, paixão e compulsão. A peça é uma adaptação dos problemas vividos por muitos casais na sociedade.
Dinalva Franco, uma das espectadoras, disse que a peça foi muito interessante tanto é que o conteúdo a surpreendeu pela positiva.
“Foi uma peça muito interessante, fui surpreendida porque realmente foi muito boa. Ela mostrou a realidade de muitas mulheres que são escravas da cama, mas não sabem e elas escondem-se numa felicidade que não existe só porque querem manter toda a beleza de um relacionamento perante a sociedade”, disse Dinalva.
Jaime Joaquim mencionou que interpretar o Nicolau que era toxicodependente, foi muito desafiador por ser um personagem nunca antes feito por si, durante a carreira de actor, mas manifestou estar feliz por sentir o público vibrar com a sua actuação.
“Sinto-me muito feliz porque é um espectáculo que eu desconhecia, para mim foi uma estreia e interpretar este papel exigiu muito de mim, a minha família sofreu com isso porque é um personagem muito profundo, muito intenso, e eu voltava para casa todos os dias com dores de cabeça porque o Nicolau era mesmo muito intenso e eu tinha de estar no nível pretendido pelo encenador, então tínhamos de trabalhar muito durante semanas e sentir o público a vibrar com a minha performance foi muito satisfatório”, declarou.
Por sua vez, Celma Pontes, considerou que o maior desafio foi trabalhar com o Jaime, interpretando a mesma peça que já havia sido interpretada três vezes por si.
“O mais desafiante para mim foi trabalhar com o Jaime porque eu tinha de passar para ele a minha energia, ele tinha que beber muito de mim e ao mesmo tempo eu tinha que beber também da energia dele, porque já interpretei essa peça três vezes e contracenei com três actores diferentes e cada um tem a sua essência, então nunca é a mesma coisa mesmo sendo a mesma peça”, afirmou.
A actriz salientou ainda que foi muito satisfatório para eles sentir o calor do público, o que a fez perceber que a mensagem foi muito bem recebida.
“Muito sinceramente eu não esperava… eu amei a reacção do público, ouvir o público a vibrar com aqueles aplausos e sorrisos fez-me perceber que receberam com clareza, porque essa peça deixa-nos a reflectir imenso, sendo que é uma história vivida por muitos casais”, frisou.
A escritora Marisa Júlio, mostrou-se bastante feliz por ver a sua obra sendo muito bem produzida pelo encenador Tony Frampênio e bem interpretada por dois grandes actores da praça nacional, que apesar da história ter sido escrita há 14 anos, foi muito bem recebida pelo espectadores.
Após a desfecho da peça, a Zona Jovem surpreendeu o público ao homenagear o director da companhia de artes “Horizonte Njinga Mbande”, Adelino Caracol, pelo grande contributo que tem dado para o crescimento da cultura angolana.
“Sinto-me um homem abençoado por saber que graças à Deus ainda há pessoas que reconhecem o nosso trabalho e quando assim acontece, é de louvar e faz com que nos sintamos muito regozijados e motivados a continuar a fazer o trabalho que fazemos todos os dias”, expressou Adelino Caracol.
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Por: Anasilda Brancel