Bereznick Rafael prepara o lançamento da sua primeira obra “A Wilala”


Bereznick Rafael ou simplesmente Berez, é uma jovem angolana, estudante na Federação Russa, no curso de Mecânica Automatizada, dona de uma imaginação fértil que completa seu enorme talento, sempre destacou-se pela sua simplicidade e coerência textual, que ira lançar a sua primeira obra literaria intitulada “A Wilala”. Em entrevista exclusiva ao AngoRussia, a jovem contou detalhes do seu primeiro livro, revelou alguns dos seus sonhos e planos para o futuro.

Apaixonada por literatura, Bereznick revelou quecomeçou a interessar-se por literatura desde cedo, aos 8 anos, e aos 14 anos escreveu o seu primeiro poema, intitulado “Um mundo que devora suas crianças”, inspirado no livro de Claire Brisset, escritora francesa.

AngoRussia: Como tua familia reagiu quando decidiste escrever o livro?

Bereznick : Felizmente a minha família sempre apoiou-me em tudo, quando eu disse que escrevi um livro e  enviei para algumas editoras, e uma mostrou-se disposta a editá-lo, todos ficaram surpresos, lançar um livro não era um assunto que eu colocava na mesa diariamente, foram quase todos pegos de surpresa. No princípio meu pai quase recusou a ideia porque eu fiz tudo através da internet, toda a correspondência foi feita por e-mails, mas depois ele disse que seja…, veremos no que isso vai dar e graças a Deus correu tudo bem.

AR: Porque Wilala? onde te inspiraste?

Berez: À princípio o título não era esse e sim “Lueji” que é o nome da protagonista, mas como já há um livro do Pepetela no mercado com o título “Lueji” fui aconselhada a trocar e como a Lueji era vista como uma Wilala pela sua família achei que esse seria o título ideal. Wilala é uma palavra em umbundu que significa simultaneamente azar, desgraça, maldição e problema.

Onde me inspiro? risos, acho que essa é uma das perguntas que quase todo escritor não sabe exatamente como responder, porque a inspiração não vem de algo definido, não é algo táctico que dizemos logo quero me inspirar portanto vou olhar para ali, vou fazer isso ou aquilo, a inspiração vem de qualquer coisa, vem do tumulto assim como vem da calmaria, vem de uma conversa, de uma música, de um filme, do vento que sopra ou mesmo da chuva que cai, a inspiração vem dos problemas e das soluções, vem da frustração, da alegria e da tristeza. A inspiração vem de tudo, mas também vem do nada, risos…

AR: Onde serão autografados os livros? E quanto custará?

Berez: Os livros serão autografados no hotel Skyna, Luanda, dia 12 de Agosto pelas 18:30, nos dias 19 e 20 de Agosto terá uma venda e sessão de autógrafos no Sumbe com hora e local a anunciar. Os livros custarão 2000 kwanzas no dia do lançamento e nas vendas programada, e 2500 kuanzas noutros dias.

AR: Como visualizas o dia do lançamento?

Berez: Como um dia de muita tensão, colocar um livro nas ruas é uma enorme responsabilidade pois é como dizem ” quem lê um livro nunca é a mesma pessoa”, eu só espero não estar a colocar uma bomba nas ruas, risos, espero que cada pessoa entenda a mensagem do livro de forma clara e construtiva e não de uma forma catastrófica.

AR: Já pensa numa segunda obra?

Berez: Penso sim, tenho um romance escrito que na verdade foi escrito antes do livro A Wilala e comecei a escrever uma estória nova. Além disso tenho também uma coletânea de poemas.

AR: Convidados especiais para o lançamento?

Berez: Tenho alguns sim, nem todos confirmaram ainda, Rosa Soares e a Mara Oliveira são as únicas que confirmaram.!

AR: Tem algum escritor preferido?

Berez: Meu escritor preferido é o Nicholas Sparks e Ondjaki.

“A Wilala é um drama que conta a história de Lueji Tchifole, uma jovem que desde o seu nascimento teve a sua vida ligada a superstições familiares por razões que saberão quando lerem o livro.

Apesar da história do livro ser fictícia, infelizmente o drama é real, algo muito presente na nossa sociedade e que lamentavelmente muitas vezes passa despercebido, muita gente acha que é algo que depois que acontece a pessoa só precisa de alguns minutos ou dias para superar, muita gente acha que é algo que as vítimas podem simplesmente esquecer, que não terá implicâncias futuras, mas infelizmente não é verdade, quem passa pelo que Lueji e Kieza passaram nunca será a mesma pessoa pois terá a sua vida completamente mudada. A Wilala é um grito de socorro dessas mulheres e de todas as pessoas que diariamente são vítimas de pessoas doentias que colocam o seu prazer acima dos direitos e liberdades de qualquer criança ou outro indivíduo…”.

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