“Belas e Perigosas” incentiva reflexão sobre violência doméstica e deixa público completamente rendido


A estreia do musical Belas e Perigosas que ocorreu neste domingo, 13 de Março, no Centro de Conferências de Belas, proporcionou ao público um momento de reflexão sobre as mais variadas formas de violência contra as mulheres, expondo as razões que as leva a se calarem diante da mesma. Oportunamente, o elenco deixou os presentes encantados com a qualidade do trabalho e ganhou aplausos sem fim.

A peça retratou, a forma como muitas mulheres têm  sido “violentadas” em diferentes maneiras, seja em pedidos que parecem provas de amor dentro de um relacionamento, ou até mesmo em casos de assédio e aliciamento dentro das empresas.  A obra escrita por Tony Frampênio, pseudónimo de Francisco Pedro António, director e encenador do grupo Enigma Teatro, teve como foco a história de Makiesse (Stela de Carvalho) que sofre calada diante dos maus tratos do marido Beto (Gilmário Vemba) e procura nas prisões femininas respostas para os seus questionamentos e possíveis soluções para a situação que vive.

Surpreendida com a adesão do público, e satisfeita com os resultados obtidos, Neide Va-Dúnem, mentora do projecto destacou que o processo de preparação foi bastante cansativo, pois não foi fácil gerir cerca de cem pessoas, incluindo os actores que possuem agendas diferentes.

“Estou extremamente surpreendida, não estava a espera que tivesse tanta aderência, o público estava extremamente receptível, eu acho que a mensagem foi passada. Quanto ao processo de preparação foi bastante cansativo, estamos a trabalhar com cerca de cem pessoas nessa produção, são cerca de 17 actores e gerir as agendas de todos esses actores foi a parte mais difícil. Tenho que agradecer tanto o meu elenco, porque foram espetaculares durante todo o processo. Nós queremos unir Angola e passar uma mensagem, o que diz a nossa peça é que nós queremos uma Angola sem violência”, disse.

Jéssica PitBull que estreou-se como actriz, ressaltou o quão honrada sente-se por participar do projecto e destacou que está a gostar da nova fase da sua vida.

“Receber o convite da Neide Van-Dúnem, foi uma grande honra para mim, para o meu trabalho como artista, porque quando pessoas que já têm muito tempo de mercado como actriz, tal como a Neide que já foi cantora e também é actriz e teve uma música que bateu, reconhecer o meu trabalho, é gratificante, então estou a gostar dessa nova fase. Por acaso nunca recebi maus tratos, mas a parte que interpretei hoje em dia acontece com muitas mulheres que os namorados fazem fotos e depois vão parar na internet, então é para mostrar aos homens que não devem ser cobardes, a mulher deve ser tratada com muito carinho. Olha que a violência doméstica não é só com as mulheres”, destacou a cantora.

Por outro lado, Karina Barbosa fez saber que sente-se muito feliz com a estreia, e destacou: “Dessa vez foi um bocadinho mais difícil porque a dona Deolinda é bem mais diferente, foi um desafio, tive que fazer pesquisas, tive que fazer a oficina de actores para compor a personagem. Eu gostei muito do projecto porque ele retratava vários cenários diferentes de agressão contra a mulher, como o caso do marido que não quer que a mulher trabalhe, dos namorados e noivos que fazem vídeos e fotos íntimas e depois espalham, então é bom para que se consciencialize a sociedade para o que de facto é violência doméstica”.

Janeth Pontes que assistiu a produção, descreveu que com essa peça conseguiu se rever em casos de violência doméstica e aconselha as mulheres que se encontram nessa condição a denunciarem.

“Achei a peça muito boa, brindaram-nos no mês de Março. Foi um exemplo para muitas mulheres que são submissas  à esse tipo de relação de maus tratos e não são capazes de denunciar, com essa peça  consegui me rever em casos de violência doméstica”, realçou.

Já José Miguel, disse: “De facto a peça é pertinente, foram retratados vários cenários de mulheres que vivem esses episódios na nossa sociedade, não podemos tampar o sol com a peneira porque acontece, a violência doméstica deve ser combatida, a peça veio retratar isso e mostrar as mulheres que não confundam amar com suportar”.

O musical contou com a coreografia de Félix Alvarez, e o elenco esteve composto por Stela de Carvalho, Gilmário Vemba, Lesliana  Pereira, Jéssica Pitibull, Rosa de Sousa, Elizangêla Gomes, Juddy da Conceição, Jaime Joaquim, Joel Benoliel, Leomarte Freire, Karina Barbosa, Big Nelo, Dalton Borralho, Aílsa Renata e Sílvio Nascimento.

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