Com certeza já ouviu falar de pessoas que acordaram de um coma falando fluentemente uma língua estrangeira? Essa condição, chama-se afasia bilíngue, ocorre quando uma parte do cérebro que conhece um idioma é danificada enquanto a outra permanece intacta.
A afasia bilíngue causa problemas na ordem da linguagem, fazendo com que o falante inverta os termos linguísticos, como mistura ou troca de códigos e problemas de tradução.
Dessa maneira, quando o falante se comunica, realiza trocas nas suas falas, sendo de termos ou o uso intercalado entre a língua materna (L1) e a segunda língua (L2).
Foi o que aconteceu com Ben McMahon, um australiano que sofreu um acidente de carro e acordou do coma uma semana depois falando mandarim fluentemente.
Apesar de só ter estudado o idioma no ensino médio, Ben conseguiu um emprego como guia em Melbourne para turistas chineses. O homem também precisou reaprender a falar inglês.
Já um estadunidense da Flórida chamado Michael Boatwright acordou num hospital da Califórnia sem memória da sua real identidade e a falar somente sueco.
Na Croácia, uma menina de 13 anos acordou de um coma de 24 horas falando alemão. Dujomir Marasovic apenas começara a aprender o idioma na escola e precisou da ajuda de um tradutor para se comunicar com a sua família.
O britânico Alun Morgan viveu no País de Gales quando tinha 10 anos, mas nunca aprendeu galês. Anos depois, após sofrer um acidente vascular cerebral e um coma de três semanas, Morgan acordou a falar galês, sem saber se comunicar em inglês!
Quais são as características da afasia bilíngue?
As características entre os afásicos bilíngues são divididas entre alguns factores, visto que cada indivíduo pode desenvolver um sintoma mais específico na sua fala. Com isso, podem apresentar quatro dificuldades no seu quotidiano, que são: dificuldade de tradução, podendo afectar tanto a L1 quanto a L2; uma necessidade impulsiva de tradução de tudo o que é falado por ele ou terceiros; tradução sem sentido e entendimento, em que há comunicação, mas ela se torna de difícil compreensão e tradução paradoxal, em que o paciente consegue traduzir apenas a língua que não é falada espontaneamente.