Após eliminação do BBB’21 Caio fala da experiência que teve na casa mais controlada do Brasil


Enquanto membro participante da casa mais controlada do Brasil, Caio afrentou inúmeros desafios em volta da sua trajetória, como: saudade da família, uma lesão no pé e teve que lidar com novidades que não faziam parte do seu universo como fazendeiro no interior de Goiás.

A sua vontade  de superar os obstáculos era tão grande,  que o fez permanecer no jogo até as últimas semanas, e para a sua surpresa, o membro integrante do grupo Pipoca, teve, durante boa parte da competição, a boa amizade de Rodolffo, de quem era admirador, muito mantes de entrar no programa, que foi eliminado  com 70,22% dos votos na última quarta-feira, dia (21), depois de enfrentar Fiuk e o Gilberto no paredão.

Caio fez um balanço positivo da sua participação no reality, e não arrepende-se da sua posição enquanto jogava  “Acho que a pessoa que se formou hoje veio dos erros que eu cometi lá dentro. Eu estou tão feliz com o que eu sou agora, que faria tudo novamente para estar tranquilo e consciente neste momento”, declara Caio.

Na entrevista a seguir, Caio ex participante do reality comenta sobre seus pontos-chaves no programa, e as suas metas que pretende alcançar daqui em diante.

Que balanço você faz da sua participação no BBB 21?

Foi muito óptimo eu ter conseguido entrar. Cometi erros lá dentro, mas eu me permiti errar nesse jogo porque é um jogo que eu nunca joguei. É uma experiência que traz muitas emoções e eu sou movido por elas. Nós ficamos restrito de informações, com emoções muito elevadas e uma pressão para nós falarmos. Tudo nós temos que justificar, então tem horas que precisamos procurar motivos para falar as coisas. Em todo o contexto, eu fico feliz em saber que foi uma participação óptima e que eu fui bem.
Você era fã do Rodolffo e teve uma enorme surpresa ao descobrir que ele também estava no programa. A identificação foi imediata e mútua. O que essa amizade representou para você no jogo e na vida?
Eu trabalho na fazenda, então tenho um lado muito sozinho durante o dia. Quando eu entrei, tinha muito medo do convívio com mais 19 pessoas que eu não conhecia. Não que eu seja bicho do mato, mas eu tinha receio das relações. Eu me perguntava como eu faria lá dentro, com quem eu iria conversar, se iriam gostar de mim ou não. Então, deu muito certo com o Rodolffo por sermos muito parecidos. Foi um prazer imenso para mim dividir esses momentos com ele, ver tudo o que ele fez por mim, o tanto que ele me ajudou… Eu pensei em sair por conta do mal jeito no pé e ele falava ‘Caio, relaxa, tenha calma’. Pelo lado fã, foi uma emoção muito grande. Logo no primeiro dia – eu tinha acabado de entrar na casa – e ele estava lá. Foi uma surpresa boa demais. Eu fiquei muito feliz por ter tido essa amizade com ele lá dentro e ter saído com ela. Quando ele me entregou o chapéu antes de deixar a casa, eu fiquei bastante emocionado. Foi muito gratificante ter vivido isso lá dentro, com ele a participar dos meus quase 100% do programa. 
Qual era sua estratégia para chegar o mais longe possível na disputa por R$ 1,5 milhão?
Eu tenho um jeito de não ficar ir conversar muito e resolver alguns problemas – isso é meu. E, às vezes, eu mantinha algumas relações superficiais ou até tranquilas, porém ponderadas, visando o jogo. Não que eu fosse falso. Eu respeitava, mantinha uma boa convivência por uma questão de jogo. Se fosse aqui fora mesmo, talvez eu não conviveria. Mas, como eu era obrigado a conviver com as pessoas dentro da casa, eu tinha um sentimento positivo. Não era igual com todas as pessoas, mas eu tentava manter uma boa relação até com os mais distantes de mim. Foi diferente em relação à Camilla, com quem eu tive uma aproximação natural mesmo. Não era bem uma estratégia, mas eu tentava ficar bem com todo mundo para eu estar bem. Quando eu votava nas pessoas, eu explicava os motivos, o que tinha acontecido, o que eu não tinha gostado. Por vezes acontecia de ser alguém mais distante ou que eu precisava votar para me livrar do paredão ou ajudar o Rodolffo.
Logo no início do programa você teve um desentendimento com a Lumena. Acredita que aquela situação te desestabilizou ou te acordou para o jogo, de alguma forma?
Aquele momento me assustou muito e ali eu dei uma reflectida maior sobre as coisas. Tentei abrir mais a minha visão para evitar cometer certos tipos de erro, não pelo jogo, mas pela vida. Realmente deu um “start” para mim.
 
Em certo momento do jogo, ver sua família virou praticamente uma meta. Logo depois disso, você ganhou três provas do anjo seguidas. Esses momentos te fortaleceram? Qual foi a importância disso?
Foi uma mistura de dois sentimentos: o conforto em ver que estava tudo bem com a minha família – isso dá um gás para nós – e, ao mesmo tempo, a saudade que aumenta. Era difícil vê-los ali do outro lado e controlar essa saudade.
 
Você também chamou a atenção pela sorte, que inclusive te levou a escapar de paredões na Bate e Volta. Você sempre foi sortudo ou a sorte começou no BBB? Acha que ela foi decisiva?
A sorte foi só lá no BBB mesmo. Se eu dependesse disso antigamente, eu estaria morto (risos). Mas, no jogo, foi um gás nos momentos em que eu precisava. No começo, com o primeiro anjo; na prova logo depois que eu machuquei o pé, com aquela situação toda. Eu não pude fazer algumas provas, mas eu pensei que, se já eu estava lá, eu ia tentar até onde eu desse conta. Então, a sorte foi decisiva para eu ganhar o anjo, ser auto imune, ganhar Bate e Volta, prova do líder. 
 
Você acabou machucar o dedo do pé em uma das provas e precisou ficar um tempo com ele imobilizado. Como foi passar por isso dentro de uma competição? O que te motivou a continuar no reality?
Foi desesperador. Primeiro, porque eu sempre busquei na minha vida fazer o meu máximo sem pedir ou depender de ninguém. Eu tenho problema para pedir coisas para as pessoas e, de uma hora para a outra, eu me vi numa situação em que eu precisava fazer isso quase que o tempo todo. Fiquei preocupado também por estar fora de algumas provas. É muito difícil estar no Big Brother e não participar das disputas, tentar ganhar para ver sua família, conquistar uma liderança. Ainda tinha  dor que eu sentia. Foi uma loucura. O que me motivou a continuar foi o meu objectivo de entrar, ficar longe da minha família por um tempo, para depois voltar para ela com coisas boas. Dar dois passos para trás para depois dar cinco para frente. Eu já estava lá e, se eu tinha me magoado lá, eu ia tentar superar lá dentro mesmo. Coloquei isso como meta – foi difícil amadurecer essa ideia – e tentei me agarrar a ela. E, claro, o Rodolffo me ajudou demais nesse sentido. A casa toda me ajudou muito, todo mundo teve compaixão comigo. Mas o Rodolffo estava ali do meu lado, a dizer que ia passar. Isso me deu força para vencer esse desafio.
Seu voto na Sarah, no paredão que a eliminou, chamou a atenção dela. A Juliette também chegou a te questionar sobre tê-la puxado num contragolpe, e não o Fiuk, que seria sua primeira opção de voto. Olhando agora para essas situações, você teria feito diferente, nessa ou em outras oportunidades de voto, se tivesse a chance? Por quê? 
No decorrer do jogo, o Rodolffo era o meu segundo lugar no pódio. A Sarah era o terceiro. Eu tinha que tentar defende-lo. Eu não votei nela achar bom, não queria magoar a Sarah, muito pelo contrário. Mas eu precisava ajudar o Rodolffo, que era o cara mais próximo a mim. A Sarah, por exemplo, tinha o Gil como o mais próximo dela; e eu, o Rodolffo. A pessoa me deu a imunidade na primeira semana, quando eu mais precisei, esteve comigo nos momentos mais difíceis. Eu entendo a mágoa dela, mas eu tinha que tentar defender o Bastião. Na questão da Juliette, eu já havia votado nela no início para tentar escapar do paredão. Como eu já tinha dado andamento a esse caminho, eu segui por ele. Não tinha para onde ir, já que eu já havia votado nela em outras situações. Naquela hora, estava todo mundo a defender-se ali e vindo para cima de mim, então fui para o jogo.
 
Algo mudou no seu jogo ou nas suas relações dentro da casa depois da saída do Rodolffo?
Como nós estávamos muito certos e ficávamos muito juntos, quando ele saiu surgiu espaço para eu ter mais contacto com outras pessoas. Aumentou a amizade, o convívio e o diálogo com mais participantes. Não que ele me travasse disso. Mas, no meu modo de ver, a gente sempre estava muito juntos, falávamos dos mesmos assuntos. Não evitávamos outras pessoas, só fluía. Se eu tivesse saído antes, ele também teria se aproximado de outras pessoas. 
 
Qual foi a sensação de ir do paredão à liderança?
Foi um sentimento de luxo, uma sensação de explosão, muito gostoso. Quando você vem de um paredão, parece que o gás é diferente, a emoção vem mais forte. Quando você está na pior situação do jogo, que é o paredão, e vai para uma boa, que é a liderança, é muito prazeroso.
 
Por que acha que foi eliminado desta vez?
Eu encarei duas torcidas, mas não acredito que tenha sido somente isso. Acho que eu posso ter cometido alguns erros de jogo. Só que é muito complicado quando você não está a ver tudo e vai ter informações pontuais, que chegam atravessadas. No calor do momento, você vai ficar doido. Havia situações com pessoas que eu tinha amizade e acabava no meio de uma discussão. Errei com algumas coisas sim e essa junção de factores me levaram à eliminação.
 
Que aprendizados o BBB  trouxe para si?
Amor, vida, respeito. Eu aprendi que realmente a gente precisa muito entender todos os lados para poder abrir a boca antes de julgar alguém ou uma situação. Precisamos ter muita informação para fazer um comentário, por exemplo. Temos que ter cuidado com as coisas que falamos. Por mais que eu tenha feito julgamentos lá dentro, não passei por cima do carácter de ninguém, não desmereci ninguém. Não deixei de julgar pelas informações que eu recebia, mas percebi que a gente precisa ter esse cuidado. Eu descobri também que em mim cabia muito mais amor do que eu já tinha. Foi maravilhoso.
 
Se arrepende ou teria feito algo diferente no confinamento? 
Não. Pelo Caio que eu sou hoje, pelo que eu cresci e aprendi, eu teria medo de ter a opção de mudar alguma coisa e não ter esse sentimento que eu tenho hoje. Acho que a pessoa que se formou hoje veio dos erros que eu cometi lá dentro. Eu estou tão feliz com o que eu sou agora, que eu faria tudo novamente para estar tranquilo e consciente neste momento.
 
Quem está a jogar bem e tem chances de chegar à final?
Eu acho que o Gil tem grandes chances. Pelo que eu já vi aqui fora, a Juliette também. E eu queria muito que o Arthur chegasse pelo menos perto. Tivemos algumas questões no começo do jogo, quando ele estava distante. Mas, é uma pessoa que ficou junto comigo, conheci a história dele e tive conversas boas. 
 
Além do Rodolffo, que outras amizades você tem o desejo de levar daqui por diante? 
Eu quero muito manter a amizade com o Gil. O João também é alguém que eu gostei muito, tivemos muitas conversas legais. Sair do jogo, eu não levo nada de ruim de ninguém. Gosto de ver as qualidades e o que há de bom neles. O Arthur também é, incontestavelmente, uma pessoa com quem eu quero ter amizade. 
 
O que pretende fazer daqui para frente? Pensa em movimentar mais as redes sociais, agora que tem mais de 3 milhões de seguidores?
Eu quero muito, sim, experimentar esse novo desafio, ver se funciona, se eu vou dar conta de me encaixar nisso tudo. É um mundo novo para mim. Eu tento falar bem certinho quando eu estou nessas situações, como no ao vivo com o Tiago, por exemplo. Quando eu estou em conversas mais sérias, eu tento ter uma certa cautela para falar. Não é como eu falo no meu cotidiano. Eu tenho medo, mas eu quero tentar.
O ‘BBB 21’ tem direcção geral de Rodrigo Dourado e apresentação de Tiago Leifert. O programa vai ao ar, no Globo HD, de segunda ao sábado, após a Supersérie “Os Dias Eram Assim” e aos domingos, no mesmo horário.
 Pode aceder aos conteúdos Globo em Angola através do Globo HD e Globo ON, posições 10 e 72 da ZAP
Por: Alexandre Carvalhgo

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