Oito anos depois Bonga regressa a Benguela e arrasta multidão


O músico angolano Bonga subiu ao palco do Cine Kalunga já perto da madrugada deste domingo para encerrar a primeira fase do concurso “Benguela Gentes & Músicas” e deu mais uma vez prova da sua popularidade, arrastando mais de duas mil pessoas para uma verdadeira viagem a um passado de glória, ao interpretar sucessos como “É o homem do saco” e “Água rara”.

Bonga e Yannick nos bastidores do show, (Foto:Reprodução/Instagram)

O cognominado embaixador da música angolana mostrou saber como fazer vibrar os muitos admiradores do puro semba, com  “Mariquinha” e “Mona ki ngi Xica”, seus principais sucessos que a maioria esmagadora do público queria ouvir no regresso do músico a Benguela.

Com o suporte musical da Banda FM e o acompanhamento de duas jovens bailarinas excêntricas, Bonga, muito intenso e sem perder a melodia, variou o reportório, cantando “Pio Pio” e “Comeram a fruta”, que não deixaram ninguém impassível.

Bonga, interactivo durante alguns momentos com um público bastante heterogéneo, falou do seu regresso à cidade de Benguela, oito anos depois e disse estar satisfeito por voltar aonde sempre foi recebido com muito carinho e amizade.

Sem dar pistas de cansaço aos 71 anos, 40 dos quais de carreira musical, Barceló de Carvalho dançou várias vezes no palco antes de cantar “Sodade”, música que se tornou emblemática de Cabo Verde e da sua cultura, após ter sido interpretada por Cesária Évora, a diva dos pés descalços e rainha da morna.

Com longos solos de guitarra protagonizados por Betinho Feijó e Lázaro, Bonga fechou com “Kambúa”, um dos maiores sucessos do novo álbum “Hora Kota” e, desta forma, correspondeu às expectativas do público benguelense.

No espetáculo também sobressaiu a voz do compositor Heavy C, que entrou algo eufórico no palco, dando preferência a uma curta rapsódia musical em que retratou alguns sucessos como “O telefone é meu”, “ Não sejas mais um” e “Vai na tua mãe”. Para surpresa geral dos fãs, o músico despediu cedo de mais.

Pelo palco ainda passou Yannick Afroman, que fez o público vibrar ao cantar “Mentalidade”, que alerta a sociedade para a mudança de comportamento. Com certa adrenalina, o rapper, umas das cabeças de cartaz da noite, teve tempo para apresentar “Pula Pula”, uma das 19 faixas do mais recente álbum “Terra a Terra”.

O show, aberto pelo grupo de dança tradicional Bismas das Acácias, que se exibiu ao ritmo folclórico Tchipuete, foi promovido pela Rádio Benguela com o apoio da administração municipal de Benguela e da Direcção Provincial do Ministério da Cultura.

A Banda FM, uma das melhoras da região centro sul do país, teve Mona Itepo como baterista, Armando (percussionista), Zay (baixista), Mariano (solista), Lázaro (ritmo), Betinho Feijó (guitarrista), Didi (tecladista), Linda e Marilinda (coristas).

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