Nova supersérie da Globo “Os Dias Eram Assim” retrata a influência que o contexto histórico tem na vida das pessoas


A Globo estreia no dia 24 de Abril, uma nova supersérie “Os Dias Eram Assim” pautada nas décadas 70 e 80, e que vai retratar a história do grande amor de um casal que tem a trajectória interrompida pelo contexto histórico vivido na época. 

A nova trama  da Globo que vai se desenrolar numa altura de grandes emoções e turbulência no Brasil sendo também a época de grandes artistas e intelectuais que lutam por um país menos reprimido e conservador, foi concebida a partir da vontade de contar um a história de amor forte como e apesar do tempo, segundo conta uma das autoras.

“A trama nasceu da vontade de contar uma história de amor forte como o tempo e apesar do tempo”, introduz a co-autora Angela Chaves, sobre a relação dos protagonistas, afectada pelo contexto histórico.  “Vamos acompanhar as suas vidas a atravessarem os anos de chumbo, a passar pela amnistia política e a chegar até à campanha pelas Directas já em 1984, ano em que a maior parte da trama se concentrará”, completa em entrevista concedida ao AngoRussia via e-mail, Alessandra Poggi também autora.

Na supersérie os telespectadores vão poder ver a revolução dos costumes brasileiros a pleno vapor, facilmente notada no comprimento da minissaia dos brotos e nos discursos libertários dos pasquins. Pelas ruas da cidade, a juventude também a conduzir outra revolução: nas provocações pintadas nos muros da cidade e nos gritos abafados contra a ditadura, a luta pela liberdade.

Alice (Sophie Charlotte) conhece Renato (Renato Góes)

Alice Sampaio Pereira (Sophie Charlotte), estudante de Letras, a questionar o pensamento conservador da família, que quer limitar as mulheres ao papel de boa esposa e mãe, e  Renato Reis, o jovem formado em Medicina a acreditar que a sua forma de transformar o mundo é pela vocação de cuidar do outro, independentemente de ideologias, têm seus caminhos cruzados e fazem os dilemas tomarem outro significado numa história de amor: da ruptura inesperada, a impossibilidade de viver um sonho que é só dos dois.

Criada no confortável apartamento do industrial Arnaldo Sampaio Pereira (Antonio Calloni), em Ipanema, Alice nunca foi a filha favorita. Na verdade, a sua irmã mais nova, Nanda (Letícia Braga/Julia Dalavia), sempre se esforçou para merecer o título. Em favor da aparente harmonia, prefere não contrariar os pais e coloca-se ao lado do patriarca, o poderoso dono da construtora Amianto, nas discussões familiares. Arnaldo é autoritário e acha que é com pulso firme que se mantém uma família unida.

Já numa antiga casa de vila em Copacabana, o jovem médico Renato foi criado num ambiente de reflexão, amor e liberdade. Filho de um professor universitário e da dona da livraria Egalité, Vera (Cássia Kis), ele decidiu dividir com a mãe a responsabilidade pela família após a morte do pai. O mais velho dos três filhos, ele orienta e protege os mais novos, os estudantes Gustavo (Gabriel Leone) e Maria (Carla Salle). É pelo diálogo que eles resolvem as diferenças e as questões familiares.

O casal Kiki (Natalia do Vale) e Arnaldo (Antonio Calloni)

No dia 21 de Junho, final da Copa do Mundo, o Brasil será campeão pela terceira vez. A alegria em verde e amarelo num triste contraste com as cores sombrias do período. Renato está no hospital a substituir um colega que faltou ao trabalho, para sua frustração. O irmão de Renato, o estudante de Filosofia Gustavo, também não pretende ver o jogo em casa. Escondido da família, decide aproveitar que todas as atenções do país estão voltadas para a final da Copa para promover um ataque contra a construtora Amianto. A empresa é uma notória financiadora de agrupamentos de repressão e ostenta, na sua fachada, uma faixa com dizeres a favor do governo militar. Sem revelar as suas intenções, Gustavo apanha boleia com o irmão e segue ao encontro de Túlio (Caio Blat), um jovem radical nas suas convicções ideológicas. Os jovens pretendiam apenas grafitar as paredes, mas acabam por detonar uma bomba caseira na fachada do edifício.

É a génese da relação divergente entre as famílias Reis e Sampaio Pereira, que vai acabar dando contornos dramáticos à história de amor entre Renato e Alice. Os dois acabam por se conhecer nos festejos da conquista da terceira vitória do brasil e apaixonam-se imediatamente. Contudo, o clima de romance dura pouco tempo, pois Arnaldo, pai de Alice, descobre quem são os autores do atentado e que, ainda por cima, que um deles é irmão do jovem que está por detrás da mudança de comportamento de Alice.

Gustavo acaba por ser preso e Renato parte para o exílio no Chile, ao acordar com Alice que mais tarde ela se juntará a ele. No entanto, é nesse momento que o destino dos dois os afasta e só os volta a juntar 9 anos depois, em circunstâncias completamente diferentes.

A supersérie é de autoria de Angela Chaves e Alessandra Poggi, com direcção artística de Carlos Araújo. No elenco está ainda Julia Dalavia, Daniel de Oliveira, Susana Vieira, Marcos Palmeira, Letícia Spiller e Felipe Dimas.

Gustavo (Gabriel Leone) e Cátia (Bárbara Reis)
Cora (Susana Vieira)
Evandro Teixeira fotografa ensaio em Santa Teresa
Renato (Renato Góes)

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