Com estreia marcada para amanhã, (dia 18), no canal 10 e 11 da ZAP, a trama retoma o tema histórico da luta pela independência do vulgo da Corte Portuguesa do séc. XVIII, mas fá-lo ao tocar em pontos polémicos e relevantes como a homossexualidade e a força feminina. ‘Liberdade, Liberdade’ é uma novela de Mário Teixeira baseada no argumento de Márcia Prates, livremente inspirada no livro ‘Joaquina, Filha do Tiradentes’, de Maria José de Queiroz. A direcção artística é de Vinícius Coimbra.
Nas veias de Joaquina (Mel Maia) corre o mesmo sangue de Tiradentes (Thiago Lacerda), o mártir da Inconfidência Mineira, movimento pela independência que marcou a História do Brasil. Em 1792, Tiradentes é considerado um traidor da Coroa Portuguesa. Como filha deste homem, Joaquina carrega consigo o peso de ser descendente de um condenado à forca. Porém, também carrega o olhar sonhador e a admiração pelo pai que, para ela, é o seu herói.
‘Liberdade, Liberdade’ começa com essa menina, que cresce numa casa simples. Uma mãe amável e rígida ensina-a que a vida é difícil, que os pés precisam estar no chão e as mãos na terra. Sonhar é um luxo para poucos. Antônia (Leticia Sabatella) aprende com Tiradentes como arrancar os dentes das pessoas. Com isso, garante o sustento da pequena. Mas os olhos de Joaquina têm a profundidade de quem acredita demais, uma determinação inquietante. Algo que Antônia só viu nos olhos do homem que amava, mas com quem não pôde contar. A filha não sabe da luta do pai com os inconfidentes. Mas, ainda em criança, aprende com ele uma das principais lições da sua vida: todos os homens e mulheres são livres. Vez ou outra, ele aparece às escondidas e ensina para a filha um pouco das suas crenças. Ensinamentos que Joaquina leva dentro de si para toda a vida.
Essa não é a história de Tiradentes, mas de sua filha, que cresceu num período conturbado e teve de assistir ao destino fatídico do próprio pai. “Essa é a história de uma mulher que vive nesse período conturbado do país, em que o Brasil deixa de ser colónia e passa a ser a capital da Coroa Portuguesa. É um período de revolução, do movimento da Inconfidência Mineira e de outros movimentos que desembocaram na Independência do Brasil”, define o autor Mário Teixeira.
A pequena Joaquina acaba por ter de abandonar a sua terra, através de mãos amigas, para fugir a uma guerra que podia tornar-se sua. Regressa 20 anos mais tarde, com o nome de Rosa (Andreia Horta), e isso traz à tona todo o passado e a verdadeira identidade que carrega escondido. O calor que sente na pele é quase insuportável. O suor exterioriza o que o corpo já não consegue aguentar. Homens e mulheres negros carregam peso, carregam pessoas, carregam as suas almas vendidas aos brancos. Poeira, marcas do tempo, manchas e cicatrizes maculam tudo e todos. Os olhos acostumados ao luxo dourado da Coroa Portuguesa, em Lisboa, deparam-se com uma realidade há muito esquecida por ela. As lembranças dos últimos dias no Brasil, ainda criança, trazem a dura imagem do enforcamento do pai. Um sonhador, um herói. Não para os outros, mas para ela.
Essa é a história de ‘Liberdade, liberdade’, uma novela que vai marcar o final de noite dos telespectadores da Globo, a partir do 18 de abril. Além de retomar esse tema histórico, a trama se destaca pela cenografia e caracterização realistas, com muita acção, aventura e lutas de espada.