Quando se fala em Rap feito por mulheres, é impossível deixar de citar os nomes de Marita Vênus, Dona Kelly, Khris Mc, Eva Rap Diva, as primeiras que ‘pegaram’ o microfone e começaram uma ‘corrente’ que até hoje circula. O AngoRussia trouxe para si, de forma resumida, informações sobre o percurso destas quatro estrelas.
Donna Kelly – “The Queen”
Simplesmente “The Queen”, Donna Kelly deu início a sua carreira há quase vinte anos, é uma das pioneiras que revolucionou o Rap feminino em Angola, por influência das suas vizinhas e amigas, Vaca Louca e Tucha, no Bairro Cassenda, após assistir um vídeo da rapper norte-americana Lauren Hill, surgiu a inspiração de cantar este estilo.
A artista contou também com a ajuda de Kess Kelly, Tito Olívio, do seu esposo Phathar Mak e doutor Eugénio para produzir a sua primeira música intitulada “Pare para Pensar” e, consequentemente, o lançamento do seu primeiro álbum intitulado, “Salve-se Quem Puder”.
Também foi graças ao Rap, que Dona Kelly teve a oportunidade de cantar em vários pontos do país e não só, ficou reconhecida também por todos como a “Rainha do Rap angolano”.
Marita Vênus
Marita Vênus, começou a cantar na escola missionária, aos 11 anos de idade, e imitava a Spice Girls. Um ano mais tarde, passou a fazer parte de um grupo de R’n’B com o nome MCMSI, composto por si, Caroline, Mara, Sylvia e Irina e, pouco tempo, depois integrou no grupo de Rap “Poly-valentes”.
A rapper participou em vários shows de Hip Hop, onde ganhou prestígio. O seu talento foi reconhecido quando venceu um concurso de freestyles no auditório Rui de Carvalho. Em 2002 voltou para Angola e começou a trabalhar no lançamento do seu primeiro álbum de origem, com colaboração de Heavy C. Em Dezembro do mesmo ano, a artista lançou a sua obra e ultrapassou as expectativas entrando directamente ao “Top da Rádio Luanda”, com os singles “Saudade” e “Vai e Vem”.
Maria Santos mais conhecida artisticamente por “Marita Vênus”, participou ainda em diversos shows em Portugal e Espanha e, durante os meses de Julho e Agosto de 2003, realizou shows em Benguela, Moxico, Huíla e no Congo. Com muitos prémios conquistados em Angola, como “Rap do Ano”, pela Casablanca , “Artista do Ano” e “Artista Revelação do Ano”, pela Rádio Luanda, mais de 5000 cópias vendidas no primeiro álbum e uma proeza só igualada pela bombástica Paty Faria, a grande mulher rapper está em fase de preparação do tão esperado segundo álbum.
Khris Mc
Khris Mc é estimulada a entrar no mundo do Hip Hop, graças as sessões de freestyles do irmão e da vizinhança na tenra idade, e enquanto Mc, a sua mensagem destina-se a construção e a correção do comportamento do homem. Khris, mergulha na poesia para melhor comunicar, o que faz com que extraia da mesma, versos que carregam informações que se tornam úteis a edificação da pessoa humana.
Detentora de uma invejável capacidade de representar no papel o que paira na mente, e identificar os problemas e a formulação das possíveis soluções. Khris vê no fato de a mulher ser por natureza mãe, dona de casa, estudante, trabalhadora, esposa, razões fundamentais para as afastar dos microfones.
Khris assume-se como uma Mc underground, em função da riqueza e da beleza dos seus textos, bem como da preocupação que enquanto pessoa e Mc têm relativamente a modos vivenciados do homem angolano e não só.
Eva Rap Diva
Em 2000, Eva Rap Diva começou a dar os seus primeiros passos, a fazer batalhas nas rua, onde a competição e a rima combativa sempre foram o seu estímulo. Foi precisamente no improviso que construiu o seu espaço no Rap em Portugal, provando a todos que a sua espontaneidade é o seu maior poder, e aquilo que a define como Mc.
Com alguns vídeos de freestyles partilhado na internet, a artista conquistou fãs dentro e fora do Hip Hop, seduzindo a todos com a sua frontalidade, garra e voz decidida. Com o tempo começou a desenvolver a escrita, participando em álbuns e mixtapes, sem perder o carisma e a força intuitiva que levava para as batalhas.
Em 2010 começou a fazer Rap em Angola e em 2014 lançou a sua primeira obra “Rainha Ginga Do Rap”. Actualmente Eva continua a revolucionar o estilo com projectos como “Favela”, “Tudo Novo”, entre outros.