Patrícia Faria lamenta escassez de artistas fazedores de Semba: “o povo gosta mas o showbiz nem tanto”


A cantora e radialista Patrícia Faria, em abordagem rápida com as apresentadoras  Henesse Cacoma e Neurite Mendes, no programa “Mundo Vip” emitido pelo canal ZAP Viva, disse que actualmente encontra-se muitas dificuldades para se assumir o estilo semba no país, uma vez que lamentavelmente enfrenta um período de desvalorização.

Desde cedo no mundo da música, a ex-integrante do grupo “Gingas do Maculusso”, lamenta a falta de produção de músicas do estilo semba, por quanto o mercado de uns tempos para cá sofreu uma decadência no consumo de estilos nacionais.

“Tem sido muito difícil porque eu assumi esse papel muito cedo, apeguei-me ao semba e tem sido um grande desafio, ainda mais nessa fase, e agora os sembistas estão a diminuir nesta fase que não temos trabalho, mas muito antes da pandemia o estilo já estava cada vez menos consumido, o povo gosta mas o showbiz nem tanto”, desabafou.

Patrícia ainda explicou que nunca sentiu a necessidade de trocar de estilo, por ser uma das poucas artistas a fazê-lo, e acha que os angolanos precisam reencontrar-se com a sua essência.

“São cada vez menos os jovens que se dedicam a fazer o semba, nunca pensei em mudar de área, porque acho que os angolanos precisam se reencontrar, mas o grande problema é nos deixar influenciar por outras culturas”, alertou a cantora.

Quando questionada sobre sua preferência profissional, a radialista esclareceu que o seu sustento não vem da música, mas faz com dedicação tal como outros campos da sua vida: “Eu infelizmente não vivo da música por que o estilo que faço não me dá segurança de maneira regular. Eu exerço advocacia que é o que me sustenta, sermos bons naquilo que fazemos não é algo que caia do céu, e quem faz comunicação deve ter a mente aberta para o mundo”, finalizou a artista.

Cantora, radialista e advogada, Patrícia Faria entrou para o mundo da música cedo, na altura como integrante do agrupo “Gingas do Maculusso,” com o qual atingiu sucesso nacional. Desfeito o grupo, seguiu com a carreira a solo, que resultou no lançamento dos discos, “Eme Kia”, em 2003, “Baza Baza”, em 2009 e “De Caxexe” em 2019.

 

Por: Carla Delgado


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