Na base do respeito, cumplicidade e acima de tudo amizade, dois grandes artistas da música angolana de gerações diferentes mais que têm em comum a intimidade com o Jazz e outros estilos, subiram num dos palcos mais antigos de Angola, Casa 70, para em dueto ao proporcionarem aos presentes, uma noite memorável com os seus sucessos na penúltima noite da terceira temporada do “Duetos N’Avenida”, nesta sábado (23) de Novembro.
O público não conseguiu esconder a satisfação de ver correspondidas as suas expectativas e se viu obrigado a cantar de forma uníssona e aplaudir incansavelmente Filipe Mukenga e Selda, que exibiram durante duas hora e meia cerca de dezanove músicas cantadas ao vivo no palco da Casa70, para o deleite do público presente no local na noite deste sábado (23) de Novembro.
Filipe e Selda que acarretam trajeto carimbado com vários sucessos nacionais e internacionais, brindaram o público que compareceu ao local na abertura do espectáculo, com a interpretação da música “N’Vula” que atribuíram a todas as vitimas da seca, e em especial a falecida mãe do cantor.
Em palco, ambos interpretaram em dueto músicas como “Balabina”, “Athu Mu Njila”, “Aquela Rua”, “Humbiumbi”, “Reúncia”, “MT, TM”, “Dikixi”, “Kianda Ki Anda”, “Ndilokewa”, “Eu vi Luanda”, entre outras.
Sozinha em palco, Selda levou o público ao rubro ao interpretar uma das músicas mais aplaudidas de Filipe Mukenga intitulada “Weza”, “Carnaval de Março”, Humbimumbi, Palavras Doces, Saudação, Kianda Ki Anda e Eu Vi Luanda. Por seu turno, Filipe Mukenga, interpretou o single “Lema/Yalta/BPN”.
O show contou com rapsódias do repertório dos dois artistas e terminou com a canção “Eu Vi Luanda”, de Selda, que cantou ao lado de Filipe Mukenga.
A noite foi reservada também para uma singela homenagem ao músico e compositor angolano José Ambrósio Eduardo Sambo, que aos treze anos, começou a tocar profissionalmente teclados no conjunto musical “A Nave”, formado pelos irmãos e amigos, o conjunto tocava principalmente músicas com um pendor de Jazz, Rock e Pop. Durante a sua juventude acompanhou artistas como Filipe Zau, e integrou em diversas bandas de renome. Em 1992, compôs e produziu o primeiro álbum “As Crianças Saúdam a Paz” de sua filha, Clélia Sambo.
Em 1994, compôs e produziu igualmente o segundo álbum de Clélia Sambo, com o título “Vamos Dançar”. Foi o mentor, criador e formador da Banda juvenil “Jovi Band”, que acompanhou Clélia Sambo durante a sua carreira. Ainda no mesmo ano, produziu o primeiro álbum do cantor, compositor e produtor, Né Gonçalves, intitulado “Luanda meu Semba”, e foi o co-autor da música que deu título ao álbum. Em 2003, pela terceira vez, compôs e produziu o álbum de Clélia Sambo com o tema “Terra do Semba”. Em 2004, trabalhou com o cantor, músico, compositor e produtor português, José Cid, na trilha sonora da telenovela “Olhos d’Água”.
Para fechar a terceira temporada dos duetos, a organização vai trazer o trio de cantores angolanos, Carlos Burity, Gersy Pegado e Patrícia Faria (14 de Dezembro).
De recordar que, o projecto “Duetos N’Avenida”, é realizado pelo Zona jovem produções, que desde Agosto de 2018 e tem movimentado a Casa 70 com encontros memoráveis. O mesmo já teve na primeira edição vozes conhecidas no mercado como Bruna Tatiana e Edmázia Mayembe, actuaram Puto Português e Patrícia Faria, Eduardo Paim e Maya Cool, Paulo Flores e Yuri da Cunha, Don Kikas e Walter Ananaz, Perola e Yola Semedo, Calado Show e Gilmario Vemba, Ary e Kyaku Kyadaff, foram bastante concorridos pelos amantes da música angolana.