Em entrevista ao AngoRussia, a empresária angolana Beatriz Franck, destacou o cepticismo do sector bancário na indústria da moda e têxtil como alguns dos desafios que enfrentou no processo de concretização da sua fábrica, inaugurada no dia 21 de Junho.
Beatriz começou por apontar “o cepticismo do sector bancário na indústria da moda e do sector têxtil, aliado à desvalorização da moeda nacional face à estrangeira, a morosidade nas transferências bancárias para o pagamento das máquinas” como os principais desafios que enfrentou para ver o seu sonho realizado.
A empresária também frisou que o facto da taxa aduaneira ser elevada e a carga bancária ser muita alta também se tornaram dificuldades que com garra, determinação e foco no objectivo teve que superar para que a marca BF começasse a produzir localmente, apesar de precisar importar 93% da matéria-prima.
“Além disso, a taxa aduaneira é elevada, 14%, o que também acrescenta mais dificuldades. A carga do financiamento bancário também é muito alta.
Estes factores são especialmente inibidores, num contexto em que temos que importar 93% da matéria-prima. Temos toda a intenção de priorizar o consumo de matéria-prima nacional (como os tecidos da TEXTANG), mas o sector têxtil nacional tem uma capacidade bastante limitada, e não conta com produtores de material complementar, como botões, fechos, anilhas, etc. Por esse motivo, temos que trabalhar inicialmente com 93% da matéria-prima importada, neste caso da China”, disse.
Beatriz Franck fez saber que o Grupo BEFRAN LDA tem conexões com mais de cinco fábricas e conta com um parceiro com mais de 25 anos de experiência no sector da produção de vestuário.
“Outra dificuldade prende-se com o capital humano. O número reduzido de universidades e cursos superiores relacionados com a moda e a falta de técnicos qualificados para operarem as máquinas da 4.ª geração, exigem uma profunda formação e capacitação dos funcionários da fábrica”, terminou.
Importa salientar que Beatriz Franck, é uma das principais empresárias angolanas do sector da moda que tem trabalhado não apenas para elevar a bandeira de Angola além fronteira, mas também está a trabalhar no sentido de diminuir a importação de roupas usadas, o famoso “fardo.”