A Influenciadora Digital Maria Correia, que actua no nicho de “Cuidados do Lar”, falou recentemente em entrevista concedida ao AnguRussia qual é a sua opinião sobre o Marketing de Influência em Angola e revelou que muitas empresas usam critérios questionáveis no processo de escolha dos influenciadores para parcerias e campanhas.

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Durante a entrevista Maria fez saber que na sua opinião, infelizmente o Marketing de Influência em Angola ainda é um embrião, pois muitos Influenciadores e grande parte das marcas ainda não perceberam bem o que é, nem como funciona, o que consequentemente faz com que ainda não seja devidamente valorizado.
“Muitas empresas que actuam em Angola selecionam os Influenciadores para parcerias e campanhas em função de critérios que eu considero questionáveis. Quase sempre são escolhidos os amigos, os que têm mais seguidores, o que se relacionam com fulano ou beltrano e não pelos critérios que são de facto relevantes como: público-alvo, relevância, nicho, profissionalismo e conteúdo de qualidade”.
Maria, afirmou ainda que a maioria das empresas propõem orçamentos muito baixos aos Influenciadores e pedem descontos absurdos aos orçamentos feitos por estes.
“A maior parte das empresas sempre apresenta orçamentos muito baixos aos Influenciadores e pede descontos absurdos para os orçamentos feitos por eles, o que não valoriza em nada o nosso trabalho que apesar de não parecer em muitos casos, exige estudo, tempo, investimentos altos em materiais e muita criatividade”.
No que diz respeito aos Influenciadores Maria disse ainda que tem faltado bom senso e responsabilidade na hora de avaliar e aceitar parcerias.
“Exitem Influenciadores muito conhecidos, com muitos seguidores e muito alcance, mas que o seu conteúdo e público nada têm a ver com as marcas que os selecionam frequentemente para campanhas e parcerias. Falta um bocado de consciência, bom senso e responsabilidade por parte de alguns Influenciadores na escolha de marcas para se associar e trabalhar. Infelizmente quando aceitam as propostas, a maioria só pensa no dinheiro e não no interesse do seu público pelo serviço ou produto a ser divulgado. Os Influenciadores precisam entender que acima de tudo a nossa credibilidade não é negociável”.
Quanto as empresas, a influenciadora argumentou o seguinte: “Por sua vez, as empresas precisam entender que ‘Marketing de Influência’ não é ‘Promoção de Vendas’ e que os Influenciadores são parceiros estratégicos que ajudam a humanizar as marcas, criar identificação e proximidade entre os produtos e serviços e o seu público-alvo, e que deixam evidente a experiência que uma marca pode proporcionar aos seus clientes. Não se escolhe Influenciadores porque estão a bater ou porque o fulano indicou, o número de seguidores é importante sim, mas o nicho, a qualidade do conteúdo, a relevância que este tem para a sua comunidade e quem é o seu público são elementos muito importantes a serem analisados. Não faz sentido e nem vai haver conversão para a marca, se esta contratar por exemplo um Tiktoker com nicho de dança, que tem um público infanto-juvenil, para ser parceiro ou fazer uma campanha de produtos da cesta básica, quando existem influenciadoras com nicho de cuidados do lar.
Por: Florinda José