Sílvio Nascimento lamenta a inserção da novela asiática na grelha de programação da TPA: -“Às vezes finjo que não uso o cérebro só para não ter um AVC”


O actor angolano, Sílvio Nascimento, que sempre defendeu a importância de valorizar os conteúdos produzidos em Angola e pelos angolanos, lamentou ao ver uma novela asiática na Televisão Pública de Angola (TPA), quando a mesma não tem nenhuma outra trama nacional na sua grelha de programação.

Foto: Reprodução Instagram de Sílvio Nascimento

Sílvio, frisou a luta intensa da ficção nacional para conseguir dar valor aos conteúdos produzidos localmente e serem posteriormente levados além-fronteira.

“Eu às vezes, finjo que não uso o cérebro só para não ter um AVC, mas há um dia em que a minha alma diz chega! A ficção nacional está há anos a lutar ‘sozinha’ para ser referência no próprio país, que comunique com o nosso povo e eleve-nos para fora das nossas fronteiras também, mas por mais que façamos tudo isso, damos a nossa vida por essa pátria, pela cultura, parece que não somos ouvidos, sentidos e nem respeitados. A sério que alguém acha isso normal? Uma novela asiática num horário nobre em Televisão Pública? Como todos têm espaço no nosso país, excepto nós?”, questionou.

O actor reforçou o seu ponto de vista e chegou a conclusão que o problema não é a falta de qualidade na produção nacional, mas a falta de valorização das TV’s angolanas.

“Um dia tentaram convencer-nos de que era a nossa falta de qualidade que não permitia um lugar ao sol da TV pública angolana, então investimos e fizemos mais de três novelas em dois anos, ‘O Rio’, ‘Mahinga’, ‘Windeck’, e outras mais produções e conseguimos a audiência das famílias angolanas e o amor do povo e assim provamos que afinal o problema não está connosco, mas para o vosso espanto, somos mais abraçados por um canal estrangeiro Multichoice, DStv Angola do que pelos próprios filhos da terra, isso tem de causar alguma vergonha na cara ou ao menos maior patriotismo de quem aperta o botão para decidir os conteúdos na TV angolana, meus senhores se não for vocês, que seja pelos vossos filhos e netos, nós queremos cultura angolana nas TV’s angolanas, isso é pedir demais?”, completou.

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