Após as notícias da continuidade da construção da linha de metro que vai ligar pontos estratégicos da cidade capital, o rapper angolano Abdiel, partilhou a sua opinião sobre o assunto, tendo destacado que o projecto a ser construído não possuirá quase nenhuma utilidade para a sociedade, levando em questão os problemas que os mesmos vivem actualmente.
Abdiel ficou indiferente a notícia, e expressou o que pensa sobre o assunto. O rapper começou por falar da insistência da construção do mesmo, ao lembrar dos problemas actuais que a sociedade vive como saneamento básico, pobreza, precariedade na saúde, educação mutilada, acessibilidade facilitada da cesta básica, entre outros.
“É impressão minha, ou estão a insistir demais no tal Metro, em Luanda? Há coisas e realidades que não se comparam, mas até onde vai o meu pouco conhecimento, países ou cidades que têm Metro, já há muito, bateram questões como saneamento básico, pobreza extrema, precariedade na saúde, educação mutilada, acessibilidade facilitada da cesta básica, distribuição primitiva de água potável e energia eléctrica (essa última, sendo intrínseca ao funcionamento efectivo do mesmo Metro) que falha, muitíssimas vezes sem hora de ser restabelecida. E (não há ‘se’) quando, tal acontecer, vão empurrar? Vão esperar ligar um gerador (se alguém não se esquecer de manter o depósito cheio), se for numa subida ou descida; o mambo trava ou fica tipo montanha russa?”, começou por questionar o rapper.
Abdiel, falou ainda do posicionamento de alguns artistas sobre assuntos do género, e ressaltou que os mesmo tem sido vítimas de cancelamentos por pensarem diferente.
“Em suma, construir um Burg Khalifa, por cima dum aterro sanitário, é o Evereste da insensatez. Não é só por ser artista, mas cancelar artistas, não vai resolver o kibulo da banda, e cá para mim, parece que se usa essa narrativa de cancelar, porque se sabe que não conseguem cancelar quem de facto querem cancelar, então atacam o elo ‘mais fraco’ (o elo mais fraco é o povo, mas nesse caso de cancelamento, yah) o artista. E outra, não podemos falar em democracia, se atacamos os nossos irmãos por pensarem, se posicionarem e agirem diferente de nós, ainda mais com ultimatos e ameaças. Estou a reflectir já a minha parte hoje”, finalizou.