O angolano Dionísio Gonçalves Casimiro, mais conhecido por Carbono Casimiro morreu nesta segunda-feira (18) de Novembro, em Luanda. O rapper esteve hospitalizado na Clínica Girassol.
Carbono era rapper e activista, uma voz bastante crítica contra a repressão, especialmente na altura da governação do Presidente José Eduardo dos Santos.
O anúncio da sua morte foi feito pelo irmão Joel Júnior, através da sua página de Facebook.
Nas redes sociais a consternação é evidente, entre activistas e rappers. O também rapper e activista, Luaty Beirão, que durante todo o dia de Segunda-feira fez apelos no Twitter para que as pessoas fossem doar sangue à Clínica Girassol, para o seu amigo, partilhou a sua perda horas depois.
Como o caso dos 15+2 afectou Carbono Casimiro
Em 2015, Carbono Casimiro havia dado uma entrevista à Voz da América, em que descrevia a polícia angolana como “carniceira”, depois de uma busca à sua casa, entre outros episódios.
No mesmo ano, Carbono foi um dos acusados de crime de rebelião e atentado contra o então Presidente da República, assim como os demais 15 activistas presos a 20 de Junho. Casimiro, ao contrário dos restantes, acabou não sendo indiciado.
Apesar de não ter sido preso, o ano de 2015 não foi particularmente fácil para o rapper, que na altura acabou por se afastar do activismo por “questões pessoais”, justificou.
Os mesmos haviam sido acusados, inicialmente, de preparar um “golpe de Estado” contra o Governo liderado pelo antigo Presidente da República, José Eduardo dos Santos.
Os activistas foram presos a 20 de Junho de 2015, quando discutiam sobre o livro “From Dictatorship to Democracy” (“Da Ditadura à Democracia”) de Gene Sharp, professor norte-americano de ciências políticas da Universidade de Massachusetts Dartmouth, sobre a luta não-violenta contra Governos repressivos.