Gilmário Vemba pronuncia-se sobre a situação vivida em Cafunfo


O Humorista Gilmário Vemba pronunciou-se recentemente sobre a situação vivida em Cafunfo, mostrando o seu descontentamento pelo desfecho do caso.

Não alheio a situação que aconteceu recentemente na vila de Cafunfo, onde durante uma alegada manifestação 15 pessoas foram mortas e 19 ficaram feridas, num confronto com as autoridades, Gilmário usou a sua página do Instagram para dar o seu parecer acerca do assunto que chocou os angolanos no último final de semana:

“Eu não sou, e nem me considero um ativista político, sou artista e cidadão, e sou um cidadão activo, actuando na sociedade não só com a minha arte mas também com o meu pensar. Sinto a necessidade de intervir em tal situação, que depois de 18 anos de paz creio eu, que não podem acontecer “massacres” e simplesmente ficar na água de bacalhau. Vi homens mortos, pais, filhos, irmãos e maridos mortos, cujo as alegações em nada justificam o seu massacre. Vamos lá tentar entender as tais justificações, que a mim, não justificam:
1 – tentaram invadir a esquadra. Por quê ? Pra que ? O que tinha a esquadra? Porque senhores, chefes de família tentaram invadir uma esquadra ?
300? Numa esquadra em Cafunfo ? E nem um polícia foi ferido ou atingido ? Quantos efetivos trabalhavam naquela esquadra, 150? Em Cafunfo ? * Prontamente socorridos ? Arrastar corpos é socorrer ?

Se não admitirmos nossas falhas, nunca avançaremos, NUNCA. Eu cresci em tempo de guerra, mesmo vivendo na capital, sei bem as oportunidades que perdi, o quanto podia evoluir e não aconteceu. Se continuarmos a agir assim, não vamos chamar de democracia isso que temos. Vamos mesmo deixar no papel que quem não concorda leva bala e ponto final. Mas se quisermos mesmo a tal de democracia é preciso aprender a dialogar com quem discorda, convencer e não impor. Digam aos filhos daqueles agentes que o pai deles sai para matar quem discorda, diga a mulher dele, que o marido arrasta corpos de outras pessoas na estrada sem dor nem piedade. Eu sou o Gilmário, nascido e criado aqui, aqui é minha casa também e exijo respeito, não sou activista político, sou um cidadão ativo”.

Por: Anicia Gamboa

 

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