Gilmário Vemba fala sobre morar fora de Angola e destaca que ” ia ser um bocadinho perigoso para os filhos” permanecer no país


O humorista angolano Gilmário Vemba, que participou recentemente do programa ‘Goucha’ da TVI em Portugal, onde partilhou a sua história e experiências de vida, recordou o sequestro do qual foi alvo juntamente com as filhas e destacou que em função do seu posicionamento político actual seria um pouco perigoso para os seus filhos continuar a viver em Angola.

Foto: Reprodução Instagram (Gilmário Vemba)

O artista começou por reconhecer a força da mulheres em geral e, em particular da sua esposa, pela coragem que estas carregam de suportar os nove meses de gravidez e ainda terem a capacidade de zelar pelo bem-estar dos filhos e considerou-as ‘incríveis’.

“As mulheres é que passam mais tempo com os filhos, para além dos nove meses na barriga, quando sai, as mulheres sofrem muito para ter uma criança é muita coisa que mexe no corpo dela, então todos os dias eu agradeço a mãe dos meus filhos e digo vocês são incríveis”, disse.

Relativamente ao sequestro de que foi alvo em Janeiro do ano corrente, Gilmário frisou que foi um dos factores que o impulsionou a mudar-se para Portugal, por considerar o seu posicionamento perante a política uma “ameaça” para os filhos.

“Eu senti que aquilo que eu era agora para a sociedade angolana ia ser um bocadinho perigoso para os meus filhos principalmente por causa do meu posicionamento em relação à política hoje, este desejo grande que eu tenho de ter um país melhor para todos nós, que pudesse ser melhor explorado e que as pessoas que nele nasceram e cresceram pudessem ter mais direitos e que não pudéssemos ter sonho de querer fugir”, explicou.

O humorista frisou que seria compreensível se o país não tivesse condições de garantir o mínimo de condições de vida para os filhos da terra e relatou que durante o percurso da sua carreira teve oportunidade de conhecer e ouvir histórias de pessoas.

“Se nós não tivéssemos condições de garantir este mínimo de vida boa para todos eu ia entender, mas nós temos. Eu ando por este país (Angola), desde 2003, no final da guerra, fazendo espetáculos e a levar mensagem de paz, já participei em várias campanhas políticas, sociais, participei de tudo. Sou muito jovem ainda, mas durante estes meus 20 anos, faço já o próximo ano 20 anos de carreira, eu tive de andar pelo país todo a falar com as pessoas, actuar para as pessoas recolher informações das pessoas para depois reproduzir em texto no palco ou qualquer coisa”, frisou Gilmário.


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