Escritor e estilista Kissamá termina greve de fome após ter sido ouvido pelo presidente português


Kissamá de Castro acabou com a greve de fome que fez durante 21 dias, em frente ao Palácio da Presidência portuguesa. O activista angolano protestou até segunda-feira contra a miséria extrema e a corrupção nem Angola e pedia para ser ouvido por Marcelo Rebelo.

Kissamá permaneceu em frente ao Palácio Presidencial, em Belém, para chamar a atenção da comunidade internacional face à situação social e política no país. O mesmo afirma que “o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa tem um apreço por João Lourenço, Presidente de Angola. O nosso objectivo era que o Presidente Marcelo nos recebesse, efectivamente, e escutasse a nossa mensagem” e por isso optou por chamar a sua atenção.

“Felizmente, o Presidente esteve presente cá numa passeata e eu apresentei a situação de Angola. Gritei em nome dos angolanos. Precisamos de ter uma operação urgente para Angola, porque é uma situação crítica e caótica”.

O activista quis também com esta manifestação pedir a intervenção do chefe de Estado português junto da União Europeia para prevenir eventuais fraudes nas eleições gerais de 2022, que, receia, podem conduzir a instabilidade social.

O jovem angolano diz que, com a sua greve, os políticos não podem dizer que não foram avisados.

“Vamos fazer pressão junto de todas as instituições de Portugal e da Europa para [ajudarem a] resolver os problemas principais de Angola e serem observadores, para termos eleições justas e transparentes e para assegurar a estabilidade social em Angola. É isso que estamos a pedir.”

O activista lembra que Lisboa tem responsabilidades e pode jogar o papel de árbitro perante a situação nas suas antigas colónias: “Portugal não pode compactuar com o sofrimento e as atrocidades contra os Direitos Humanos, que são violados todos os dias”.

A greve faz parte da estratégia da associação “Vozes de Angola na Europa” e da “Academia Africana dos Direitos Humanos”, que visa, em nome da paz e da estabilidade, alertar as instituições europeias e americanas sobre crimes e atrocidades no país.

“Se nós não tivermos respostas às nossas acções, vamos voltar a fazer a greve de fome até o mundo perceber o nosso protesto”, assegura Kissamá.

Na tarde de segunda-feira, 20 de Dezembro, diante do olhar dos guardas da Presidência da República Portuguesa e após um período de reflexão, Kissamá de Castro recolheu os seus pertences e regressou a casa na companhia de familiares e amigos, onde deverá receber assistência médica depois das recaídas físicas que sofreu após a greve de fome.

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