Cabingano Manuel repudia comportamento dos adeptos do Petro de Luanda: -“Estádio lotado apenas não basta”


O apresentador e director de Informação da Televisão Pública de Angola, Cabingano Manuel, partilhou neste domingo, 8 de Maio, uma espécie de nota de repúdio pelo facto dos adeptos do Petro terem abandonado a partida antes do apito final.

Tudo começou, quando neste final de semana, os adeptos do clube do Petro de Luanda, ao verem que a sua equipa estava a perder 3–1 para o Wydad, decidiram abandonar o Estádio 11 de Novembro antes mesmo do jogo terminar.

O jornalista que por sinal é um adepto assumido da referida equipa, usou o sua conta do Instagram, para partilhar um vídeo que mostra o quanto o estádio estava lotado. Na legenda, Cabingano sublinhou o quanto estava desapontando e triste diante de tal comportamento, e destacou que todos perderam a grande oportunidade de vibrar pela equipa ao abandonarem a partida.

“Perdemos todos uma soberana oportunidade de vibrar pela nossa equipa do coração do primeiro ao último minuto, com cânticos e palavras de ordem, fosse qual fosse o andamento do jogo, afinal, foi para isto que lá estávamos muito perto de 50 mil pessoas, como nunca antes visto”, escreveu.

Mais adiante Cabingano usou como exemplo as equipas europeias de futebol para sublinhar que o sucesso das mesmas devem-se também ao incentivo que recebem dos adeptos do início ao fim da partida.

“Quando vemos grandes equipas europeias virarem resultados, não é apenas pela bravura dos que estão nas quatro linhas, mas, porque o adepto vibra do primeiro ao último minuto, incentiva os jogadores a melhorarem o desempenho, quando erram passes, remates à baliza e apupam o adversário nas melhores e piores jogadas”, destacou.

Segundo o jornalista, os adeptos precisam rever a sua ‘cultura adepta’, e considerou que jogar com cerca de 50 mil adeptos frustrados com o desempenho da equipa é pior que jogar em casa com estádio vazio.

“Ter 50 mil adeptos frustrados com o desempenho dos jogadores e treinadores, que não cantam nem gritam palavras de ordem motivadoras é pior que jogar em casa com estádio vazio. E para piorar, basta a equipa sofrer um golo para começar o arremesso de objectos ao relvado, ofender toda a linha parental dos jogadores. Quem diante do seu público que age como torcida adversária se reergue? Precisamos rever a nossa cultura “adepta”, referenciou.

Para terminar, Cabingano disse que apesar do sucedido jamais deixará de apoiar a sua equipa, admitiu também que o desempenho dos jogadores não foi conforme o esperado, e que a enorme estrutura humana esteve apenas a colorir estádio de amarelo, visto que não torceram e nem vibraram pela sua equipa.

“É preciso também aceitar que o desempenho dos atletas não foi o esperado porque não ajudamos como devíamos. A onda amarela no estádio estava mesmo só nas camisolas amarelas e não numa torcida cantante e crente na “remontada” até ao último minuto. Ao invés dos apupos e assobios, os aplausos ao tricolor. Eu acredito na remontada e, se não acontecer continuarei a ser tricolor de coração cheio,” concluiu.

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