Big Nelo fala do papel dos SSP na época de guerra: -“Íamos cantar as vezes até para os militares”


O cantor e produtor angolano Big Nelo, considerado uma lenda do rap em Angola, falou recentemente em exclusivo ao Angorussia, sobre qual foi o papel do grupo musical SSP na época de guerra.

O artista que já soma quase 30 anos de carreira musical começou por falar sobre o significado dos 20 anos de  Paz em Angola, ao sublinhar que esta é uma data que apesar de representar felicidade e alegria, significa sacrifício pois pessoas tiveram que morrer para que actualmente se estabelecesse a paz.

“Acima de tudo, independentemente de toda a felicidade, amor e alegria, também significa sacrifícios, persistência, inteligência e irmandade e claro se hoje estamos aqui, é porque houve pessoas que tiveram que sacrificar as suas vidas, essas pessoas não podem ser esquecidas, se houve um presente, existiu um passado”, frisou.

Sobre o facto dos SSP fazerem parte desses 20 anos de paz e reconciliação nacional, o membro fundador do grupo, junto com Paul G, Jeff Brown e Kudy, disse que após o surgimento dos confrontos para levar esperança ao povo, o grupo actuava em vários pontos do país.

“Fizemos porque, nós depois das primeiras eleições que aconteceram em 1992 surgiram os confrontos e o retomar da guerra, os SSP já existiam, iam cantar em vários lugares, que depois da guerra o povo precisava de uma lufada de esperança, e o grupo ia para o Bié, Huambo, íamos cantar as vezes até para os militares”, contou.

No entanto, o músico disse também que o grupo conhece bem a história do país, e que o mesmo deixou de pertencer a cada elemento, para ser de cada angolano. Big Nelo lembrou de um episódio  vivido quando o grupo chegou a lotar a Baía de Luanda, para reiterar que os SSP têm tocado de geração em geração, e que aquele momento serviu como prova da sua afirmação.

“Nós conhecemos bem essa história, daí nos dizermos enquanto SSP, o grupo deixou de ser do Big Nelo, Paul G, Jeff Brown e Kudy e passou a ser dos angolanos, o SSP toca em três ou quatro gerações ao mesmo tempo, quando fizemos o show aqui na Baía de Luanda sozinhos e enchemos foi a prova disso, porque as pessoas não esquecem daqueles filhos que fazem sacrifício na hora certa”, concluiu.

 

 


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