Recentemente, a babá Christine Ouzounian protagonizou uma confusão envolvendo os casais Ben Affleck e Jennifer Garner e Tom Brady e Gisele Bündchen, por supostamente ter tido um caso com os dois. O problema é que os julgamentos foram todos em relação a ela e poucos pararam para pensar no lado masculino da história. Até quando a mulher vai ser sempre a culpada de tudo?
É verdade que vivemos em mundo, que embora as mudanças, avanços, lutas e conquistas que as mulheres têm feito para terem alguns ou os mesmos direitos que os homens, ainda assim é um mundo machista.
Cada ano que passa o índice de violência contra as mulheres em Angola e ao redor do mundo tem aumentado. Estes dados representam apenas em parte a realidade diária de várias mulheres. Mulheres no mundo inteiro sofrem de violência física, psicológica, moral e sexual. Desde o marido que abusa da esposa, do homem ou homens que não podem ver uma mulher a passar na rua e chamam logo nomes ou do chefe que não acha sua funcionária capaz para determinada função, todos estão violentando as mulheres em algum sentido.
Porém, outro grande problema é forte competição e ódio entre as próprias mulheres. Recentemente, uma polêmica envolvendo celebridades teve destaque internacional. O ator norte-americano Ben Affleck separou-se da mulher, Jeniffer Garner, depois de dez anos de casamento, supostamente depois do envolvimento com uma babá, chamada Christine Ouzounian. O jogador Tom Brady, marido de Gisele Bündchen, também teria tido um caso com a mulher e estaria a beira da separação com a modelo. O agravante da história é que a babá é linda, loira e bonita.
O mais agravante dessa história é o facto da babá ser afrontada, e em praticamente nenhuma situação, ninguém questiona sobre o lado masculino da história ou sobre o motivo de uma esposa precisar ter medo de o marido traí-la com uma outra mulher mais bonita. Ninguém sabe de certo o que pode ter acontecido, mas é como um ditado inglês diz “ a relva nem sempre é mais verde do outro lado do muro” (tradução livre), pode até ser que Jennifer e Gisele traíram primeiro seus maridos e eles decidiram dar o troco, ou talvez tenham cometido outros crimes. Mas isso não significa que existam motivos para justificar uma traição, mesmo que se expliquem. A questão é que, mesmo a partir de “fofocas”, a mulher é sempre a culpada, que se ofereceu para o marido das outras. Que ser bonita não te permite ser inteligente ou uma boa profissional. Que ter um corpo bonito é sinônimo de usá-lo para conquistar algum objetivo, enquanto que o homem pode “varrer” quantas ele quiser e nunca sair como prejudicado na história.
A questão agora é a seguinte, até quando a mulher sempre vai ser a culpada de uma traição? Opiniões, às vezes em tom de brincadeira, reforçam o clima de competição entre as mulheres e de submissão aos desejos dos homens.