Bonga e Cabo Snoop no mesmo palco em Berlim, Alemanha


Bonga e Cabo Snoop fazem parte de duas gerações musicais diferentes mas que sentem Angola com a mesma intensidade. Os dois artistas angolanos irão dividir o mesmo palco representando Angola no Festival Wassermusik – Lusofonia na Haus der Kulturen der Welt em Berlim e levarão para o palco muita energia, sons e ritmos Made in Angola. 

Barceló de Carvalho “Bonga”, é um nome incontornável da música popular angolana, com mais de 40 anos de carreira, os números falam por si: 71 anos (42 dos quais dedicados à música), 40 discos e mais de 400 canções.

Em entrevista ao site Berlinda, Bonga autor da obra “Hora Kota”, última lançada pelo artista, revelou que irá lançar um novo disco no próximo ano.

“Agora não tenho pressa, já fiz muita coisa e vou devagar. Mas, mais dia, menos dia, lançarei um novo disco que deverá sair no próximo ano”.

Sobre a música angolana de hoje, o artista não tem dúvidas de que o semba, o kuduro e todos os outros estilos podem conviver harmoniosamente: “Por uma questão de civismo, perspetiva de vida e imagem que passamos a outros países e povos, a convivência e o respeito são fundamentais. Isso é fácil para nós africanos e música contribui muito. Quer sejamos jovens ou mais velhos, é a música que nos une a todos”. No festival  Wassermusik, o seu nome, junta-se ao do Conjunto Angola 70 e ao dos jovens Homeboyz, Cabo Snoop e Dj Nigga Fox. “Estamos muito bem representados. É fantástico quando a gente se (re)encontra”, disse citado pelo Berlinda o Embaixador da música angolana.

Para os artistas mais novos, Bonga deixa um conselho precioso: “Não se apressem nem stressem muito. É preciso ir com calma e não dar total confiança aos produtores, que muitas vezes estão associados ao setor político. A música é um sentimento nobre e profundo e nós artistas temos de nos entregar a isso de corpo e alma. Os jovens não podem pensar que por fazerem uma música já são vedetas. Além disso, é importante elaborarem muito bem as músicas e terem em atenção às letras e as palavras que vão usar”.

O seu concerto, dia 9 de agosto, conjugará “temas mais leves/espirituais e outros mais mexidos para animar”. O artista espera que este evento contribua para “promover a música angolana no exterior”, até porque, na sua perspectiva, “a música é a melhor coisa que existe dentro da sociocultura. É ela que representa as pessoas. Para mim, a música é um cartão de visita, um chamariz que faz com que as pessoas convivam umas com as outras… isso é maravilhoso”.

No final da entrevista, não esconde as saudades da sua terra. “Sinto uma saudade imensa, todos os dias.. mas de uma Angola com paz, harmonia e desenvolvimento para todos, principalmente para os mais carenciados. Enquanto cantor tento intervir com as minhas letras e mensagens e estou aqui para continuar a fazer isso, enquanto as coisas não forem equilibradas”.

Bonga actua no próximo dia 9 de Agosto, às 20h30 (horário local), ao lado de Kimi Djabaté,  e será exibido ainda o filme “A batalha de Tabatò”.

Foto:Reprodução/Facebook

Para o kudurista Cabo Snoop de 24 anos, a dança e a música são as suas grandes paixões e o seu talento não deixa ninguém indiferente. Prova disso foi o prémio de Melhor Artista Africano Lusófono da MTV Africa Music Awards que recebeu em 2010, mesmo antes de lançar seu primeiro álbum Bluetooth. A sua carreira é curta mas o balanço é já muito positivo: “quatro anos, um álbum, muito reconhecimento, prémios e nomeações. Tenho que agradecer a Deus por tudo e continuar a trabalhar”, disse o autor do sucesso Windek ao site.

Cabo Snoop disse estar “a preparar as músicas, muita dança, carisma e toda a quentura de Angola e do kuduro”. Da próxima vez que passar por Berlim, estas músicas deverão juntar-se a outras que farão parte do novo disco que está a preparar e que terá como título “IMV4ever”.

“Será um álbum em homenagem ao produtor do Windek que foi o meu pai na música”.

O Kudurista actua no próximo dia 8 do mês em curso a partir das 20h00, no concerto Batida de Angola: Cabo Snoop, Homeboyz e DJ Nigga Fox, mais os filmes, “Urban Motion Angola” e “I Love Kuduro”.

Exit mobile version