O músico angolano Barceló de Carvalho “Bonga” lamentou profundamente, em Lisboa, o falecimento do artista Bangão ocorrido na madrugada deste domingo, na África do Sul, vítima de doença, considerando-o um dos grandes intérpretes do Semba.
“É uma notícia muito triste para o país, e nós, como amantes do Semba, estamos profundamente chocados por se tratar de uma perda irreparável”, disse Bonga, em declarações à Angop.
Bonga, considerado “embaixador” da música angolana, que também tem no Semba o seu estilo típico, tem previsto uma actuação em Bruxelas (Bélgica), no próximo dia 22 deste mês, ocasião que vai aproveitar para homenagear Bangão, “com uma referência”.
Com 36 anos de carreira, Bangão nasceu em 1962, no Sambizanga, em Luanda, integrando entre 1976 a 1977, como vocalista, o grupo Processo de África, tendo pisado, pela primeira vez, um palco a 18 de Outubro de 1978, no grupo os Gingas.
Em 1996, venceu o prémio Liceu Vieira Dias, com o tema “Kibuikila” (Peste), acompanhado pela Banda Movimento. Em plena ascensão da carreira Bangão é convidado, em 1999, a fazer parte da Banda Movimento, sempre como vocalista.
No mesmo ano, ganhou a primeira edição do concurso Semba de Ouro, com a canção “Kangila” (pássaro agoirento) e afirmou-se como cantor e compositor de inequívocos créditos firmados.
O ano 2003 consagrou Bangão como um dos maiores intérpretes da música popular angolana. Neste ano, no Top Rádio Luanda, ganha os prémios da música do ano, com o tema “Fofucho”, voz masculina do ano e é reconhecido com o prémio preservação pela sua incessante defesa da música popular angolana. Em 2005 venceu o Top dos Mais Queridos, da Rádio Nacional de Angola (RNA).